Em carta, mulher relata agressões em cárcere privado: “Pode me ajudar?”
Segundo a polícia, o marido da mulher a mantinha presa, raspou a cabeça dela e a forçava usar drogas; o homem foi preso
atualizado
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Goiânia – Uma mulher de 32 anos foi resgatada nesta quarta-feira (12/5) depois de ser mantida em cárcere privado, por cerca de um ano, na zona rural de Abadia de Goiás, na região metropolitana da capital. A vítima escreveu uma carta em que relata as agressões sofridas e o desespero que viveu.
Segundo a Polícia Civil, o crime era cometido pela marido da vítima, de 37 anos. O homem foi preso em flagrante e deve responder pelos crimes de cárcere privado, lesão corporal e ameaça. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
“Ei, preciso da sua ajuda. Você pode me ajudar? (…) Fui chutada novamente. Isso machuca muito”, escreveu a vítima.
De acordo com a corporação, o caso foi descoberto depois que a irmã da vítima, que mora na cidade de Goiás (GO), notou algo diferente e procurou a polícia. O delegado responsável pelo caso, Arthur Fleury, disse ao G1 que além de manter a mulher presa, o homem a agredia com frequência e de diversas formas.
O delegado não sabe se a mulher pretendia entregar a carta para alguém. Ele acredita que ela escreveu como forma de desabafo, pois não tinha contato com outras pessoas além do marido.
Agressões
Segundo o investigador, o imóvel que o casal morava é de difícil acesso, sem vizinhos próximos. De acordo com ele, a mulher tinha hematomas pelo corpo, apresentava sinais de perturbação mental e falava coisas desconexas, assim como escreveu na carta.
“Quando nós chegamos, ela estava careca. Apuramos que foi o marido que raspou a cabeça dela. Ele também não permitia que ela usasse maquiagem. Quando ela passava batom, ele abria a boca dela até rasgar os seus lábios”, contou o delegado.
Fleury disse ainda que o marido forçava a mulher a usar drogas. “Ela sofreu tanto na mão dele que acha que o que ele fazia não era errado. Ela narra as agressões como se fossem normais. Ele também a colocou para usar drogas, o que pode ter piorado a situação mental dela”, completou.
De acordo com o delegado, a mulher ficará sob os cuidados da irmã.