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Em Brasília, prefeitos listam pedidos e alegam perda de R$ 587 bilhões

Marcha da Confederação Nacional de Municípios mobiliza centenas de prefeitos. Reforma tributária e piso da enfermagem estão na pauta

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Prefeitos se reúnem na sede do Conselho Nacional de Municípios, em Brasília
1 de 1 Prefeitos se reúnem na sede do Conselho Nacional de Municípios, em Brasília - Foto: Ana Flávia Castro/Metrópoles

Centenas de prefeitos se reúnem, na manhã desta terça-feira (28/3), na sede da Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília, para iniciar uma mobilização rumo ao Congresso Nacional. O objetivo é pressionar o governo federal a propor soluções para mitigar os efeitos de pautas legislativas que pressionam as finanças municipais.

Na abertura oficial da 24ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, popularmente conhecida como Marcha dos Prefeitos, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, apresentou um relatório em que o órgão pede a revisão de 22 medidas adotadas pelos Três Poderes, sob o argumento de que as ações trazem aos cofres das cidades custo estimado de R$ 587 bilhões ao ano.

Entre as medidas estão projetos de reforma tributária – com foco na redução da incidência do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) –, isenção de contribuintes ao Imposto de Renda (IR) e a regulamentação do piso da enfermagem.

De acordo com a CNM, os municípios perderam ao menos R$ 10,6 bilhões desde que a redução da arrecadação do ICMS sobre os setores de comunicação, combustíveis, energia elétrica e transportes foi aprovada, ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

A pesquisa ainda cita a isenção dos contribuintes do Imposto de Renda que recebam até dois salários mínimos, a renúncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide).

A expectativa dos prefeitos é de que as medidas geram perda total de R$ 54,2 bilhões nos cofres dos governos municipais até dezembro de 2023.

Reforma tributária

A abertura oficial da 24ª edição da “Marcha dos Prefeitos”, nesta terça-feira (28), contou com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). Na ocasião, o titular da pasta defendeu uma reforma tributária sob o argumento de que o atual modelo é “caótico”.

“Eu sei que a reforma tributária é um tema polêmico, mas acho importante a gente abordar. Nós temos um modelo tributário, primeiro, caótico. Então, vai tudo para a Justiça, é tudo judicializado”, afirmou Alckmin.

O ministro da Indústria e Comércio voltou a dizer que a aprovação da reforma tributária garantirá crescimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no período de 15 anos.

“Essa é uma reforma que traz eficiência econômica, o modelo nosso é injusto. Tem município que a renda per capita é de quase R$ 9 mil por pessoa, e tem município que é de R$ 30. Não é possível continuar com um modelo desse. E o caminho é o diálogo. Nós queremos que os municípios arrecadem mais e arrecadem melhor, e que a economia cresça”, declarou.

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