Em BH, vice de Zema é vaiado, e Lula interrompe: “Temos que respeitar”
“O vice-governador não está aqui só porque ele quer, está aqui porque convidamos”, defendeu. Vice representa Zema nos eventos com Lula
atualizado
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O público de Belo Horizonte (MG) recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (28/6), com gritos de: “Lula guerreiro do povo brasileiro”, além do canto clássico de campanha “olê olê olê, olá, Lula, Lula”. No entanto, os presentes também vaiaram e fizeram cobranças ao governo federal e aos ministros.
O público demonstrou descontentamento com o vice-governador do estado, Mateus Simões (Novo), e o vaiou quando ele iniciou seu discurso.
Lula se levantou e defendeu a presença do vice de Romeu Zema (Novo): “Vocês me elegeram presidente da República para mostrar civilidade no país”.
“O vice-governador não está aqui só porque ele quer, está aqui porque convidamos. Como pernambucanos e mineiros somos muito gentis, temos que respeitar quem vem na nossa casa. Por isso, pode falar, governador”, falou.
Zema, segundo o chefe do Executivo, não está com ele nos eventos em Minas Gerais por conflito de agendas. O governador é da ala bolsonarista e tido como um possível nome para disputar contra Lula nas eleições de 2026 — isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará inelegível no próximo pleito presidencial.
“Cadê meu bandejão?”
Enquanto o ministro Camilo Santana, da Educação, detalhava o investimento do Novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) para o estado mineiro, estudantes com a camiseta de um instituto federal entoaram: “Cadê meu bandejão, cadê meu bandejão?”
Camilo, então, respondeu que “todo instituto federal está recebendo investimento do PAC para consolidação, seja com restaurante estudantil, biblioteca, salas de aula”, e recebeu aplausos do público.
No início do mês, o governo federal anunciou R$ 5,5 bilhões em investimentos para universidades, institutos federais e hospitais universitários, após se reunir com reitores. Nesta manhã, foi assinado o repasse de R$ 177 milhões para os institutos federais e outros R$ 386,9 milhões para as universidades em Minas Gerais.
Renan Filho, ministro dos Transportes, citou o nome de Bolsonaro e provocou mais vaias na plateia.
“O presidente anterior, nem queria falar o nome dele, o Bolsonaro”, começou ele, e o público repudiou a menção ao ex-presidente. “Então, não vou falar o nome. O presidente anterior, diferentemente do senhor [Lula], não dava entrevistas, falava em cercadinho. E o presidente Lula deu grandes entrevistas ao longo dos últimos dias no Brasil”, afirmou.
Conta de luz
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou R$ 3 bilhões de geração de energia elétrica renovável “que vão beneficiar já de logo 500 mil unidades consumidoras. Em Minas Gerais, nesse momento, serão contempladas 16 mil unidades do Minha Casa, Minha Vida”.