1 de 1 Flordelis, ex-deputada federal acusada de matar o marido – Metrópoles
- Foto: Agência Brasil
Rio de Janeiro – Presa acusada da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019, a ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza disse ter alucinações e pesadelos durante avaliação psicológica e psiquiátrica, realizada em abril deste ano, no Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
A avaliação foi um pedido da defesa da ex-parlamentar. De acordo com o jornal Extra, que teve acesso aos documentos que foram anexados ao processo criminal, os laudos concluíram que não havia motivos para a pastora ficar internada na unidade.
Ao psiquiatra, Flordelis relatou “escuta alucinatória eventual de longa data” e disse escutar gritos e a própria voz misturados. Além disso, a ex-deputada federal também alegou ter problemas com “reflexos de imagens”, “flashbacks” e pesadelos.
Já ao psicólogo, ela reiterou os fatos e afirmou não fazer uso de álcool ou outras drogas. Os dois profissionais entenderam que não há “atitude ou sinais sugestivos de atividade alucinatória genuína”.
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Durante o velório de Souza, um dos filhos biológicos da pastora, Flávio, foi preso como autor dos disparos. Tempos depois, Lucas, um dos filhos adotivos de Flordelis, também foi levado pela polícia suspeito de ter fornecido a arma a Flávio. Lucas negou participação no crime. Porém, os dois foram condenados pela Justiça
Adriana Cruz/Metrópoles
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Também foram condenados os filhos: Adriano dos Santos Rodrigues, por uso de documento falso e associação criminosa armada, e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o Neném, por associação criminosa. Carlos foi absolvido da acusação de homicídio
Reprodução TV Globo
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São réus: André Luiz de Oliveira, por uso de documento falso e associação criminosa, Marzy Teixeira da Silva, por ter recebido dinheiro para pagar a morte do pastor, e Simone dos Santos Rodrigues, por ter pago pelo assassinato de Anderson. Além deles, Rayane dos Santos Oliveira, neta biológica de Flordelis e filha de Simone, por ter procurado pessoas para assassinar o pastor
Reprodução TV Globo
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Marcos Siqueira Costa e Andrea Santos Maia, que não têm parentesco com ninguém da família, mas que se envolveram no crime, foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa armada
Reprodução TV Globo
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Em 1994, a cantora adotou 37 crianças sobreviventes da Chacina da Candelária. Junto com outros filhos que já tinha, fundou o ministério Flordelis. Dentre esses filhos, estava o pastor Anderson do Carmo, que, inclusive, também chegou a se envolver com Simone, filha biológica da pastora, antes de se casar com Flordelis
Reprodução
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Quando oficializaram a união, Anderson tinha 17 anos. Flordelis, 33. Segundo o relato de uma testemunha, que afirma ter morado na casa com os envolvidos no crime, tanto a ex-deputada quanto o pastor tinham relações sexuais com os filhos
redes sociais/ reprodução
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Informações coletadas apontaram que o telefone de Anderson havia sido conectado ao wi-fi da casa de um senador, logo após o crime, e, tempos depois, foi ligado novamente em Brasília. A assessoria da Flordelis informou, à época, que não comentaria a investigação. O celular nunca foi encontrado
Reprodução
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Flordelis, na verdade, é mãe de 51 filhos adotivos e quatro biológicos. Pastora e cantora gospel, ela foi a deputada federal do RJ mais votada e teve a história de vida contada em um filme estrelado por Bruna Marquezine, Reynaldo Gianecchini, Rodrigo Hilbert e Deborah Secco
Facebook/Reprodução
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Após as investigações, a pastora Flordelis (PSD-RJ) foi indiciada como a mandante do crime. Contudo, devido ao foro privilegiado que tinha, ela não pôde ser presa em um primeiro momento. Os filhos do casal, no entanto, não tinham o mesmo privilégio, o que fez com que sete deles fossem presos suspeitos de participação no assassinato
Igo Estrela/Metrópoles
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O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa
Agência Brasil
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Outro ponto que chamou atenção durante as investigações foi o celular da vítima, que não foi encontrado no local do crime. Flordelis sustentou que o aparelho havia desaparecido, mas, tempos depois, agentes conseguiram traçar caminho percorrido pelo aparelho por conta dos dados de telefonia
Reprodução
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Já no celular de Flordelis foi identificada uma troca de mensagens entre a ex-deputada e filhos dela com a informação de que a morte de Anderson seria “a única saída”. “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a mulher
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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Segundo a Polícia Civil, foi constatado que Flordelis já havia tentado matar Anderson envenenado em diversas outras ocasiões, e o motivo seria o controle do dinheiro da igreja e de poder dentro da família
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Após todas as revelações, o PSD, partido de Flordelis, suspendeu a filiação dela e, tempos depois, o Conselho de Ética da Câmara aprovou cassação da deputada. Hoje, ela está presa e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada
Reprodução
Durante a avaliação, Flordelis, que será julgada no dia 12 de dezembro, disse não se recordar de fatos recentes, tendo memória apenas de episódios ocorridos há 29 anos, quando começou a acolher as crianças.
Ela também relatou já ter feito atendimento psiquiátrico na infância após a morte de seu pai e afirmou ter episódios de “surtos e desmaios”. Além disso, a pastora também apontou para uma ocorrência de isquemia cerebral e convulsões que teve desde então. De acordo com ela, as crises pioraram na cadeia.
“O quadro atual, no que cabe informar a partir deste exame, é de estabilidade emocional. As referências a crises convulsivas carecem de avaliação neurológica, podendo corresponder a episódios dissociativos. Os fenômenos alucinatórios descritos, no meu entender não requerem no momento abordagem medicamentosa diversa da que já faz uso. Entretanto, cabe que seja reavaliada ambulatorialmente, conquanto não haja indicação para que permaneça em regime de internação psiquiátrica, de modo que retornará a sua unidade de origem”, atestou o laudo.
Questionada sobre o pastor Anderson, Flordelis, na avaliação do psicólogo, dissimulou situações que apontassem um conflito no relacionamento dos dois e comentou situações que sugeriam um comportamento agressivo por parte do marido. De acordo com o profissional, ela demonstrou sinais de ansiedade em relação ao assunto.
Flordelis também disse que, após o crime, soube de práticas abusivas do pastor com seus filhos. Segundo o psicólogo, ela “manifesta sinais de vergonha e constrangimento ao fazer tais relatos”.
A conclusão do psicólogo é de que “não há presença de sinais ou sintomas sugestivos de transtorno psiquiátrico que justifique medida de internação ou acompanhamento ambulatorial em regime intensivo”.
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