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Em áudio, médico de Bolsonaro diz que vacina da Covid-19 matou brasileiro

Antonio Luiz Macedo fala, erradamente, que um médico de 28 anos morreu tomando o imunizante e que pessoas não podem ser cobaias

atualizado

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Bolsonaro e equipe médica
1 de 1 Bolsonaro e equipe médica - Foto: Divulgação

Mensagem de áudio que viralizou nas redes sociais apresenta o cirurgião Antonio Luiz Macedo, médico do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), falando, erradamente, que uma das vacinas contra Covid-19 que estão em fase de testes matou um voluntário brasileiro e que as pessoas não devem ser cobaias. As informações são da Folha de S.Paulo.

Na gravação de cinco minutos, em que Macedo se identifica como “cirurgião do aparelho digestivo e conhecido no Brasil inteiro”, o médico responsável por cirurgias de Bolsonaro pede “respeito aos brasileiros, nós não somos cobaias para sermos testadas com vacinas que não têm aprovação de ninguém”.

Macedo ressalta que os testes precisam ser feitos com “mais seriedade, com menos oba-oba, de modo que não se admita que um médico de 28 anos de idade morra testando uma vacina” e aponta para o perigo do imunizante, lamentando “esse coitado desse médico de 28 anos que morreu tomando vacina”.

“Pare de se testar vacina, vacina não é para se testar, vacina é para se aprovar se os dados da vacina fornecerem segurança para o médico autorizar”, diz Macedo, que confirmou à Folha ser autor do áudio.

A afirmação de Macedo sobre a vacina não procede. O médico brasileiro que participava como voluntário dos estudos da vacina contra o coronavírus em desenvolvimento pela Universidade de Oxford (Reino Unido) morreu por complicações da Covid-19 e não recebeu a imunização em teste.

Grupo controle

Ele fazia parte do chamado grupo controle, que recebe outro medicamento, imunização ou substância placebo, sem efeito nenhum, para comparação de eficácia e efeitos colaterais.

No áudio, Macedo também alfineta o governador de São Paulo, João Doria. Doria afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.

“Quem autoriza vacinação não são leigos governadores ou prefeitos ou quem quiser da rede pública…quem autoriza a vacinação é o médico do paciente, que é o responsável”, diz Macedo. “Se nós escutarmos o que os nossos governadores de cima, o nosso presidente e toda sua equipe falando, e o presidente da Anvisa falando, nós saberemos o momento certo de usar a vacina e qual vacina a ser usada”.

Indagado pela Folha se iria recomendar a seus pacientes a vacina Coronavac se ela for aprovada pela Anvisa, Macedo afirmou: “Sim, se for autorizada pela Anvisa, nós temos o direito de usar a vacina. Se não for autorizada pela Anvisa, eu não vou prescrever de jeito nenhum e não vou deixar ninguém tomar.”

O cirurgião afirma também, no áudio, que a Covid-19, “se for bem tratada, não mata ninguém”. Até a noite desse sábado (31/10), 159,9 mil pessoas haviam morrido em decorrência da Covid no Brasil.

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