Em audiência virtual, preso reconhece paternidade de filho apreendido
Durante audiência on-line, realizada pela Defensoria Pública de Goiás, pai disse a adolescente para ter “juízo” e que logo sairá da cadeia
atualizado
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Goiânia – Atrás das grades, um homem, preso em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, reconheceu a paternidade do filho, de 13 anos, que cumpre medida socioeducativa por cometer ato infracional, em Formosa, na mesma região. A filiação foi oficializada por meio de audiência virtual de mediação extrajudicial da Defensoria Pública do Estado (DPE), na última terça-feira (10/8).
“Deus te abençoe, viu, meu filho? Logo, logo, eu vou estar fora daqui e vamos conversar melhor. Cuidado aí fora, ‘tá’? Juízo”, disse o pai, para continuar: “Vou sair daqui e estar aí, perto de você. Vou tentar fazer diferente agora, com fé em Deus”, disse o pai.
Do outro lado da tela, o filho sinalizava com a cabeça em resposta positiva, enquanto ouvia seu pai. “Não deixe chegar ao ponto de passar pelo que eu estou passando aqui, porque é muito sofrido”, aconselhou o homem.
A ação foi realizada por meio do Projeto Meu Pai Tem Nome, depois de a mãe do adolescente procurar a DPE para solicitar o reconhecimento de paternidade. Na ocasião, ela afirmou que não tem mais relacionamento afetivo com o ex-companheiro e que a única informação que tinha era de que ele estava na Unidade Prisional Regional de Planaltina de Goiás, desde julho do ano passado.
O filho, por sua vez, está em cumprimento de medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Formosa, desde o mês de junho deste ano.
Para a defensora pública Bruna do Nascimento Xavier, coordenadora do Núcleo de Defensorias Especializadas da Infância e Juventude da Capital, que acompanhou a audiência virtual, a ocasião foi marcante.
“Foi um dos momentos mais emocionantes em que eu já atuei. Pode parecer simples, mas vi ali o amor ser concretizado com aquele reconhecimento de paternidade”, afirmou a defensora pública.
Durante a audiência virtual, realizada por meio de videoconferência com a intermediação da Primeira Subdefensoria Pública-Geral do Estado (PSDPG), ambas as partes manifestaram interesse em promover o reconhecimento e a mudança nos documentos do adolescente, assim como a inclusão do sobrenome paterno no nome dele.
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O nome do garoto e dos pais dele não foram divulgados, para preservar a integridade dele, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A Defensoria Pública orienta as demais famílias em situação semelhante a procurar o órgão para buscar uma solução em casos de filhos que desejam ter a paternidade reconhecida, oficialmente.