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Em audiência, Torres nega ter “dado condições” a atos terroristas

Em audiência de custódia, no último dia 14, Anderson Torres destacou ainda que “não pertence à guerra ideológica” que se formou no país

atualizado

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PF Anderson Torres
1 de 1 PF Anderson Torres - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Anderson Torres afirmou, durante audiência de custódia, que “não deu condições” para que os atos terroristas do dia 8 de janeiro ocorressem. Na data do atentado, o então secretário de Segurança estava viajando aos Estados Unidos, de férias.

“Eu jamais daria condições para isso ocorrer. Eu sou profissional, sou técnico, e jamais faria isso”, disse o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL).

Na declaração dada no último dia 14, ele destacou que “não pertence à guerra ideológica” que se formou no país. “Esta confusão entre os Poderes, esta guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado, e esta conta eu não devo.”

O ex-secretário está preso na Sala de Estado Maior, no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), em Brasília.

“Tiro de canhão”

Durante todo o depoimento, Torres reafirmou que não teve participação nos atos terroristas. Disse também que foi pego de surpresa pela prisão.

“A audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família”, desabafou.

“Eu saio todo dia de casa às sete da manhã e chego meia-noite. Desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?! Eu não sei…”, pontua em outro trecho.

Depoimento adiado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou novo depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário da SSP-DF para 2 de fevereiro. Moraes deu mais 10 dias a fim de garantir tempo hábil para a defesa de Torres analisar os autos do inquérito antes do interrogatório.

A Polícia Federal (PF) tinha pedido que o depoimento fosse marcado para esta segunda-feira (23/10), mas a oitiva acabou suspensa porque ainda não havia autorização judicial. Agora, com a decisão de Moraes, a PF já pode marcar o novo encontro com o ex-secretário.

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