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Em anúncio de R$ 1,5 bi para saúde materna, Damares critica aborto

Verba chegará aos municípios pelo Ministério da Saúde. No anúncio, Damares Alves e Mayra Pinheiro criticaram descriminalização do aborto

atualizado

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Queiroga, Damares e João Roma voltam à Bahia após temporais
1 de 1 Queiroga, Damares e João Roma voltam à Bahia após temporais - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (23/2), a ampliação do atendimento na Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami) do Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta vai repassar R$ 1,5 bilhão por ano para fortalecimento de maternidades e criação de ambulatórios de assistência a gestantes.

O repasse da verba foi anunciado em evento na sede do Ministério da Saúde nesta quarta. Além do ministro Marcelo Queiroga, participaram do encontro a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e a ex-secretária de Gestão, Trabalho e Educação da Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina.

Durante o anúncio da verba, Damares Alves e Mayra Pinheiro criticaram a descriminalização do aborto até a 24ª semana de gravidez na Colômbia, aprovada na segunda-feira (21/2). Após sentença do Tribunal Constitucional colombiano, mulheres poderão interromper a gravidez até o 6º mês de gestação sem serem punidas.

“Na última segunda-feira, a Colômbia comemorou a morte de crianças acima de 6 meses por aborto. O Brasil, hoje, vai na contramão. O Brasil escolhe a vida e não a morte como política pública”, afirmou Mayra Pinheiro.

A ministra Damares Alves também fez críticas à decisão da Justiça colombiana e afirmou que o Brasil “optou pela saúde da mulher”.

“A morte de mulheres era usada para justificar uma pauta de morte que queriam estabelecer no Brasil. Vem o Brasil nesta semana e mostra para o mundo que é assim que se cuida de mulher. Não é chancelando a morte, é chancelando a vida”, disse a gestora.

“[Somos] uma nação que optou pelo planejamento familiar, pelo cuidado da mulher, pelo cuidado do bebê, e não pelo aborto. Libera-se o aborto e abre um monte de clínicas na cidade que matam as mulheres, matam os bebês. Depois a culpa é do estado”, continuou a ministra.

Quem é a médica Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”

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Em março de 2020, a médica pediatra dividiu com seus contatos no Facebook que seus parceiros de convalescença durante os sintomas da Covid foram ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamina D e proxalutamida, todos ali, “na cabeceira da cama”, como ela mesma postou
Mayra Pinheiro é a aposta do PL do Ceará para a Câmara dos Deputados
Mayra ganhou projeção no Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, embora tenha chegado à pasta ainda nos primeiros dias da gestão de Luiz Henrique Mandetta
Antes de se tornar a “Capitã Cloroquina”, ela era conhecida por ter sido presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará e pelas críticas o programa Mais Médicos
Ela se filiou ao PSDB e disputou sem sucesso duas eleições — em 2014 tentou um mandato de deputada federal e, em 2018, concorreu ao Senado. Terminou em quarto lugar, com 11,37% dos votos
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Mayra Pinheiro ganhou projeção por defender o "tratamento precoce", com uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 no início da pandemia

Reprodução/Facebook
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Em março de 2020, a médica pediatra dividiu com seus contatos no Facebook que seus parceiros de convalescença durante os sintomas da Covid foram ivermectina, hidroxicloroquina, bromexina, azitromicina, zinco, vitamina D e proxalutamida, todos ali, “na cabeceira da cama”, como ela mesma postou

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Mayra Pinheiro é a aposta do PL do Ceará para a Câmara dos Deputados

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Mayra ganhou projeção no Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, embora tenha chegado à pasta ainda nos primeiros dias da gestão de Luiz Henrique Mandetta

Reprodução/ Redes socais
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Antes de se tornar a “Capitã Cloroquina”, ela era conhecida por ter sido presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará e pelas críticas o programa Mais Médicos

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Ela se filiou ao PSDB e disputou sem sucesso duas eleições — em 2014 tentou um mandato de deputada federal e, em 2018, concorreu ao Senado. Terminou em quarto lugar, com 11,37% dos votos

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Depois, ingressou no partido Novo, mas, segundo o jornal Folha de S.Paulo, ela deixou a sigla após lideranças do partido, como João Amoedo, passarem a defender o impeachment de Bolsonaro

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No cargo de secretária de Pazuello, ela prometeu ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), equipamentos e treinamento, além de endossar o tratamento precoce. Porém, a promessa não foi cumprida e o sistema de saúde entrou em colapso

Divulgação/Presidência da República
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Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a médica Mayra Pinheiro vai disputar na Câmara pelo PL do Ceará. Mayra é uma de seis pessoas que respondem a uma ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas e foi convocada à CPI da Pandemia, em 2021

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Segundo Pazuello, o aplicativo TrateCov foi desenvolvido por sugestão dela com o propósito de auxiliar médicos no diagnóstico e tratamento da Covid-19. Na prática, o app recomendava o coquetel de medicamentos sem eficácia indiscriminadamente, até mesmo para bebês

Divulgação/Ministério da Saúde
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Neste fevereiro de 2022, ela pediu para deixar o cargo no Ministério da Saúde. A médica foi nomeada para assumir a subsecretária da Perícia Médica Federal da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência

Agência Senado
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A "Capitã Cloroquina", que já chegou a ser cotada para o Senado, pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Ceará nas eleições de 2022. Recentemente ela filiou-se ao Partido Liberal de Jair Bolsonaro

Divulgação

Ampliação da rede

De acordo com o Ministério da Saúde, com o recurso, será possível incorporar incentivo para as Maternidades de Baixo Risco que realizam acima de 500 partos por ano, além de incluir o Ambulatório de Gestação de Alto Risco (AGAR).

Segundo a pasta, também será possível incorporar unidades como a Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) em maternidades de baixo risco, além de incluir médicos obstetras às equipes dos Centros de Parto Normal (CPN).

O secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério, Raphael Câmara Parente, informou que os recursos serão disponibilizados aos municípios, mas que o uso da verba será monitorado pelo Ministério da Saúde.

“Hoje, a gente passa o dinheiro e cada um faz o que quer. E, muitas vezes por isso, que tem o serviço muito ruim. Agora vai ser monitorado. Quem receber o dinheiro vai ter que cumprir os quesitos que nós instituímos como importância”, ressaltou.

Segundo o ministério, a hipertensão, a hemorragia e as síndromes infecciosas estão entre as principais causas das altas taxas de mortalidade materna.

A ampliação da rede faz parte do compromisso assumido pelo Brasil e por 192 países na Agenda Global das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (Pnud). A meta é ter igual ou menos de 30 mortes de gestantes por 100 mil nacidos vivos até o ano de 2030.

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