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Em ano eleitoral, Lula concilia palanque com opositores

Nas viagens pelo Brasil, presidente convida governadores e demais chefes de Poderes. Quando há vaias, Lula dá “puxão de orelha” no público

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Presidente da Repúplica Luiz Inácio Lula da Silva na com a mao atrás da orelha - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Repúplica Luiz Inácio Lula da Silva na com a mao atrás da orelha - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou as viagens pelo interior do país em busca de divulgar as ações, conversar com prefeitos e governadores e, em ano de eleições municipais, impulsionar candidaturas da base aliada.

Mas o chefe do Executivo também divide o palanque com políticos de oposição para reforçar que tem diálogo com prefeituras e governos estaduais.

Nem sempre essa aproximação é bem-recebida por apoiadores. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), os governadores Eduardo Leite (PSDB), Cláudio Castro (PL) e o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), foram vaiados pelo público que acompanhava as agendas do petista.

Nesses casos, Lula tem interferido e chamado atenção dos apoiadores. “Vocês me elegeram presidente da República para mostrar civilidade no país”, disse o presidente ao intervir pelo vice de Romeu Zema (Novo), em visita a Belo Horizonte, na última semana.

Nessa segunda-feira (1º/7), o titular do Planalto voltou a puxar a orelha do público, em evento em Feira de Santana, na Bahia, com a presença do prefeito do município, Colbert Martins (MDB).

“O prefeito não está aqui porque quer, mas porque convidamos ele. […] Se não, não vou poder frequentar nenhum evento de governador de oposição. A gente deseja para os outros o que quer para a gente e a gente quer ser bem tratado”, ressaltou.

Para cessar as vaias contra Lira no próprio estado do alagoano, Lula separou os momentos entre um “ato institucional” e da “disputa que vamos fazer na eleição” (vídeo abaixo).

“A gente precisa apenas aprender a respeitar quando é ato institucional, o ato institucional não ter cor partidária. Se não, fica difícil para um presidente da República viajar para inaugurar coisa, porque as pessoas aqui são convidadas por nós. Ninguém leva ninguém para sua casa para ser vaiado, maltratado. É apenas uma questão de comportamento que me incomoda muito”, ressaltou.

Veja:

Afagos e cutucadas

Além de dar ocasionais broncas no público, o chefe do Executivo inclui nos discursos falas conciliatórias para quem é de partidos diferentes do dele. O presidente também já afirmou que a filiação não afeta a liberação de recursos, por exemplo, pelo Novo PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento).

Jamais iria perguntar de que partido ele é. Jamais iria perguntar se ele é torcedor do Bahia ou do Vitória. Jamais iria perguntar se ele é católico ou evangélico”, exemplificou em Teixeira de Freitas (BA), ao criticar a ausência do prefeito do município, Dr. Marcelo Belitardo (União Brasil).

No último fim de semana, Lula voltou a fazer uma reclamação no mesmo tom, após tanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) quanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) rejeitarem participação no evento do petista na capital de São Paulo.

“A gente ia assinar o contrato da chegada do metrô para chegar até aqui [ao Jardim Ângela]. Mas o prefeito, que nos deu o terreno, não veio, nem o governador. Então a Caixa Econômica Federal e o ministro das Cidades resolveram não assinar porque é importante a gente fazer isso junto com o governador e o prefeito”, justificou.

Entre os afagos e cutucadas, o chefe do Executivo se orgulha de ter uma relação diferente com os dirigentes municipais e estaduais do que a construída na época do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Nós tivemos o presidente que não conversava com governador, que não conversava com o prefeito, que não conversava com o dirigente sindical, que não conversava com o reitor, que não gostava de negro, que não gostava de branco e que não gostava de nada, a não ser de permitir que 700 mil pessoas morressem por conta da Covid”, afirmou, em São Luís (MA), no fim de junho.

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