Em Angola, Mourão pede pacificação na Igreja Universal
Desentendimentos entre comandos brasileiro e angolano da igreja causaram tensão política entre os dois países
atualizado
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Durante agenda em Angola, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) pediu um arrefecimento das tensões dentro da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que já levaram à suspensão da direção de origem brasileira e criaram tensão política entre os dois países.
“Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da igreja”, explicou Hamilton Mourão, em entrevista à Agência Lusa nesta sexta-feira (16/7).
Mourão afirmou que o governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre as duas partes. Há um embate entre a direção brasileira da Universal — fundada e liderada pelo bispo Edir Macedo —, e bispos e pastores angolanos que se rebelaram, desde o final de 2019, passando a contestar o comando geral da igreja.
“O governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram”, pediu Mourão.
Recentemente, governo angolano reconheceu a direção angolana como a legítima representante da instituição religiosa no país. Sem terem seus vistos renovados, muitos pastores e bispos brasileiros saíram da Angola. Também houve suspensão da televisão evangélica Record.
Segundo Mourão, esta divisão interna criou um problema “no plano espiritual”, mas também “no plano político”. Ele defendeu a busca por “uma pacificação, apesar de não ser um assunto” que envolva diretamente o governo brasileiro. Trata-se de uma “questão mais privada”, concluiu.
O vice participa neste sábado (17/7) da XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda, na Angola. Ele representa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Mourão viajou para a Angola na quarta (14), dia em que Bolsonaro foi internado com dores abdominais e diagnosticado com obstrução intestinal. Mourão manteve a viagem mesmo com a internação do chefe do Executivo.
Bolsonaro segue internado no Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo. Ele foi transferido para a capital paulista a pedido do médico, o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que o acompanha desde o episódio da facada em 2018.
Segundo o presidente, em entrevista concedida ao apresentador Sikera Júnior, da RedeTV!, a obstrução intestinal é decorrente da lesão causada pela facada na região abdominal.
No último boletim médico divulgado, no início da noite desta sexta-feira, o hospital informou que o presidente evolui satisfatoriamente e segue com cuidados clínicos, mas ainda sem previsão de alta hospitalar.