metropoles.com

“Em 64 não precisou assinar nada”, diz Cid em mensagens golpistas

Fala de Cid ocorreu após falta de apoio do alto comando do Exército à trama golpista, peça central para impedir a posse do presidente Lula

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Breno Esaki/Metrópoles
Mauro Cid olha para frente durante CPI da CLDF
1 de 1 Mauro Cid olha para frente durante CPI da CLDF - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O relatório final da Polícia Federal (PF), que indiciou 37 pessoas — entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, revelou, ainda, menções dos investigados à ditadura militar no Brasil.

Em uma das trocas de mensagens analisadas pela PF, Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Bolsonaro, reclama da espera por um decreto para iniciar o golpe.

“(Em 19)64 não precisou de ninguém assinar nada…”, diz Mauro Cid para o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

Ambos foram indiciados pela PF. Cavaliere discorda sobre a comparação e diz que era preciso alguém tomar a iniciativa do golpe naquele momento.

A fala ocorreu após a falta de apoio do alto comando do Exército ao decreto golpista, peça central da trama para impedir a posse do presidente Lula e manter Bolsonaro no poder.

“Fomos covardes, na minha opinião”, alegou Cavaliere, ainda no mesmo diálogo, a Mauro Cid, que responde: “Fomos todos. Do PR e os Cmt F”.

De acordo com a PF, as siglas fazem referência ao presidente da República e aos comandantes das Forças Armadas, respectivamente. “Estamos f…”, finalizou o tenente-coronel do Exército.

Relatório da PF na PGR

O relatório, com 884 páginas, detalha que o grupo criminoso atuou para desacreditar o processo eleitoral, chegando a planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. A apuração ainda descobriu que os indiciados se organizaram em seis núcleos para colocar em prática as ações para desestabilizar a democracia brasileira.

Todos os 37 indiciados no documento da PF, entre eles Bolsonaro, negam as acusações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou, na terça-feira (26/11), à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório final do inquérito da PF, que apura a tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022.

Chefiada por Paulo Gonet, a PGR vai emitir um parecer sobre a consistência das provas para a denúncia, ou não, dos investigados. Esse órgão federal também pode pedir novas diligências sobre o caso.

Caso sejam feitas denúncias e o STF as acate, Bolsonaro e os outros 36 indiciados no inquérito se tornam réus. Na Justiça, terão direito de se defender das acusações e serão sentenciados (condenados ou absolvidos).

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?