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Em 24h, falta de oxigênio mata ao menos 13 pessoas em cidades do Pará e do Amazonas

Coari (AM) deveria ter recebido 40 cilindros na 2ª feira, mas aeronave não conseguiu chegar ao local, e 7 morreram; em Faro (PA), seis

atualizado

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Fotos Hugo Barreto/Metrópoles
cilindros de oxigênio
1 de 1 cilindros de oxigênio - Foto: Fotos Hugo Barreto/Metrópoles

O colapso por falta de oxigênio para pacientes da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, está se espalhando. Em 24 horas, ao menos 13 pessoas morreram devido a esse cenário em cidades do interior do Amazonas e do Pará.

A Prefeitura de Coari, município a 450km de Manaus, divulgou nota em suas redes sociais na qual afirma que sete pacientes internados no Hospital Regional da cidade morreram por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19/1).

Segundo a publicação, que não especifica o motivo da internação dos pacientes, o município deveria ter recebido 40 cilindros na segunda-feira (18/1), mas a aeronave que levaria os utensílios de sobrevivência acabou viajando para Tefé, também no Amazonas, e ficou impossibilitada de retornar, já que o aeroporto não aceita voos noturnos.

O texto ainda culpa a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) por falha de planejamento, o que prejudicaria as medidas de combate à doença no município.

A nota diz que 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pela Secretaria da Saúde, enquanto parte deles estaria aguardando o abastecimento. A prefeitura acusa o governo de distribuir a outra porção para Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Manaus.

Veja a nota na íntegra:

Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria de Saúde do Amazonas explicou que a falta do oxigênio foi por atraso da empresa White Martins “em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari” e, por isso, “não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite”.

Em contrapartida, a nota diz que 40 cilindros foram enviados para Tefé, e, em seguida, levados de lancha para Coari.

Leia:

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) lamenta o ocorrido no município de Coari. A SES-AM informa que, por opção do município, o sistema de saúde na cidade é independente, sendo a gestão plena da Prefeitura Municipal. Ainda assim, o Governo do Estado nunca se furtou de auxiliar a administração local, entre outras coisas, com o fornecimento de oxigênio.

Nesta segunda-feira (18/01), por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite.

Para garantir que a cidade não ficasse desabastecida, por articulação da Secretaria de Estado de Saúde, os 40 cilindros foram enviados em voo para Tefé, para que de lá a carga fosse transportada de lancha para Coari.

A transferência dos cilindros de lancha para Coari foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior, da SES-AM (SEAI-SES/AM), houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário.

Entre repasses federais e estaduais para investimento em saúde em 2020, Coari recebeu R$ 17,8 milhões. Somente do FTI, foram R$ 2,3 milhões.

A SEAI-SES/AM destaca que nesse cenário de pandemia é fundamental a colaboração de todos os atores do Estado, inclusive dos gestores municipais.

O Estado do Amazonas segue empregando todos os esforços para equacionar a dificuldade de logística e de abastecimento de oxigênio da empresa White Martins. Ao mesmo tempo em que está unindo esforços para transportar cilindros de oxigênio para todo estado.

As entregas e envios seguem ocorrendo diariamente para os municípios do interior, seja por envio terrestre, aéreo ou em retirada pelos municípios na sede do patrimônio da SES, localizada na Central de Medicamentos.

Crise em Manaus

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus na capital do Amazonas tem se agravado dia após dia, sobretudo com a falta de oxigênio para pacientes internados pela doença. A demanda pelo insumo em estabelecimentos públicos de saúde do Amazonas superou, na última terça-feira (12/1), a média diária de consumo em mais de 11 vezes.

Profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia em Manaus (AM) contam que a velocidade e a gravidade com que a doença evolui têm chamado a atenção.

Dados mais recentes do Portal da Transparência dos cartórios registraram 710 óbitos no estado (número que pode aumentar), entre os quais 285 foram de pessoas com menos de 60 anos, ou 40,1% do total. Antes, o percentual era de 36,5%.

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Município enfrenta colapso na rede de saúde
Chegada de oxigênio ao hospital
Corpos em câmaras frias
Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia
Estado tem mais de 5,8 mil mortos por Covid-19
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No Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus, amigos e familiares aguardam a liberação dos corpos das vítimas de Covid-19

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Município enfrenta colapso na rede de saúde

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Chegada de oxigênio ao hospital

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Corpos em câmaras frias

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Em janeiro de 2021, o consumo diário de oxigênio chegou a 76,5 mil metros cúbicos, afirma o governo. A produção da empresa é de apenas 28,2 mil metros cúbicos por dia

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Estado tem mais de 5,8 mil mortos por Covid-19

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Outras cidades

Além de Coari, pacientes de Covid-19 sofrem com falta de oxigênio em Faro, município no interior do Pará, localizado na divisa com o estado do Amazonas. Segundo a prefeitura, ao menos seis pessoas morreram nas últimas 24h por asfixia na região.

Oito pessoas que estão internadas em estado grave na comunidade de Nova Maracanã precisam ser transferidas para outras unidades de saúde. No entanto, o município ainda não conseguiu ajuda, uma vez que as cidades mais próximas — Terra Santa (PA) e Nhamundá (AM) — não têm estrutura suficiente.

O mesmo acontece no município de Itacoatiara, que vive uma situação dramática, com o aumento de internações em decorrência da Covid-19 e a potencial falta de oxigênio. Na última segunda-feira (11/1), a cidade do interior já havia registrado 103 óbitos decorrentes de Covid-19, além de 3.090 casos da doença.

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