Em 2021, Rio soma 539 denúncias de obras e construções irregulares
Zona oeste da capital, onde ocorreu o desabamento do prédio de quatro andares nesta quinta (3/6), tem grande incidência de denúncias
atualizado
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O Disque Denúncia da cidade do Rio de Janeiro afirmou, em nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira (3/6), que recebeu, entre 1º de janeiro e 3 de junho, 539 denúncias sobre construções irregulares, invasão de propriedade e loteamento irregular. De acordo com o documento, a zona oeste, onde ocorreu o desabamento de um prédio de quatro andares nesta quinta, é um dos bairros com maior incidência de denúncias.
Ainda de acordo com a nota, bairros da zona oeste, como Jacarepaguá, Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz “sofrem com a influência de grupos milicianos”.
“Para diversificar os seus negócios, além da controlar ‘gatonet’, internet, o fornecimento de gás, a venda de água e o fornecimento de energia elétrica, os milicianos, para expandir os negócios, partiram para a exploração imobiliária irregular”, afirma o comunicado.
“Moradores são expulsos de suas residências e áreas de conservação ambiental são invadidas, para que loteamentos irregulares sejam construídos de forma irregular e vendidos, sem que haja fiscalização e as licenças necessárias do poder público”, finaliza.
Desabamento de prédio
O prédio que desabou em Rio das Pedras era irregular. O prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), afirmou que a região sofre há décadas com a investida de milicianos, que exploram o mercado mobiliário.
“Comigo, milícia não vai mais construir porcaria nenhuma nessa cidade”, afirmou. “Ninguém vai construir mais nada nessa cidade de maneira irregular. Só esta semana foram três operações”, continuou.
O desabamento do prédio em Rio das Pedras deixou pai e filha mortos, além de outras quatros pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros confirmou que a criança de apenas 2 anos, identificada como Maitê, e o pai dela, Natan Gomes, foram encontrados sem vida sob os escombros.
Por volta das 9h20, a mãe da menina Maitê, Kiara Abreu, foi resgatada, depois de seis horas, e transferida de helicóptero para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Ela passará por cirurgia.