Em 2020, governo federal gastou mais de R$ 8 milhões em voos não realizados
Além desse valor, os deslocamentos cancelados, seja pela companhia aérea ou pelo órgão comprador, custaram R$ 9,9 milhões
atualizado
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Em ano de pandemia, o governo federal gastou R$ 68,6 milhões em 71.690 voos a serviço durante os sete primeiros meses. O valor inclui passagens para servidores, militares, empregados públicos e colaboradores eventuais, seja em território nacional ou exterior.
Do montante, mais de R$ 8,2 milhões foram desembolsados em viagens não realizadas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, os valores aumentaram. Em 2019, 4.896 voos não foram utilizados, gerando um gasto de R$ 4,6 milhões, metade do atual.
O (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mapeou as compras dos servidores com base em prestações publicadas no Painel de Viagens de acordo com os números mais recentes dos órgãos que utilizam o Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP).
Ao todo, foram 10.084 bilhetes não utilizados. Em sua maioria, as faltas ocorreram nos meses de março e abril, que marcaram o início da pandemia do novo coronavírus. Só no terceiro mês do ano, 7.603 voos deixaram de acontecer, onerando R$ 6,2 milhões aos cofres públicos.
As compras não utilizadas ficam em uma espécie de limbo, esperando serem remarcadas ou canceladas. No último caso, elas podem ser reembolsadas. No entanto, se reagendadas, é preciso pagar a diferença nas tarifas. Até o momento, apenas 43 viagens voltaram para a agenda oficial dos servidores, custando um extra de R$ 52 mil na remarcação.
Os deslocamentos cancelados, seja pela companhia aérea ou pelo órgão comprador, chegaram a 11.406 e custaram R$ 9,9 milhões. Desses, o Ministério da Economia, que controla esses gastos, espera receber o reembolso. “O bilhete cancelado deverá ser reembolsado conforme regras tarifárias da companhia emitente. O valor solicitado é devolvido como crédito em fatura”, explicou a pasta ao Metrópoles.
Em nota, o Ministério também ressaltou que em 2020 o Brasil reduziu R$ 199,6 milhões nos gastos de passagens, transporte e diárias entre os meses de março, abril e maio. “As restrições para viagens nacionais e internacionais, além da alocação de cerca de 50% da força de trabalho do Executivo federal em regime de trabalho remoto gerou economia 75,2%, equivalente a R$ 199,6 milhões, em relação ao mesmo período de 2019. A maior redução de despesa foi observada em viagens internacionais (86,0%), seguida das nacionais (72,9%).”