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Em 2019, sete militares receberam, cada um, mais de R$ 400 mil

O montante leva em consideração a remuneração líquida e o somatório das verbas indenizatórias ao longo do ano

atualizado

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
Jair Bolsonaro em cerimônia do Exército
1 de 1 Jair Bolsonaro em cerimônia do Exército - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

No primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (sem partido), pelo menos sete militares receberam mais de R$ 400 mil. O levantamento considera a remuneração subtraída dos abatimentos e inclui as verbas indenizatórias recebidas ao longo de 2019.

As informações foram levantadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base na tabela mensal de remuneração dos militares fornecida pelo Portal da Transparência. Para a análise, levou-se em conta apenas os salários pagos em reais e os servidores das Forças Armadas que receberam mais de R$ 10 mil.

O primeiro lugar do ranking pertence a um vice-almirante da Marinha, que embolsou R$ 462,3 mil ao longo de 12 meses, o equivalente a R$ 38,5 mil por mês. Logo depois, para fechar o pódio, um outro militar de mesmo cargo e um coronel aviador, que receberam R$ 452 mil e R$ 449 mil, respectivamente.

Entre os dez primeiros colocados estão o secretário-geral do Ministério da Defesa, o almirante de esquadra  Almir Garnier Santos, e o eecretário de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o brigadeiro Ary Soares Mesquita.

Veja gráfico:

As verbas indenizatórias incluem, entre outros, auxílio natalidade, auxílio alimentação, auxílio bolsas de estudos, indenização de férias e aviso prévio, auxílio acidente de trabalho, indenização de irradiação ionizante e auxílio fardamento. Já a remuneração total está subtraída do abate-teto e de contribuições, como as feitas para a pensão militar e o fundo de saúde, por exemplo.

Questionado pelo Metrópoles, o Ministério da Defesa explicou que “os dados do Portal da Transparência do Governo Federal servem exatamente para que a sociedade saiba quanto recebem os agentes públicos”. “Alguns fatores podem impactar sazonal e conjunturalmente a remuneração dos militares, tais como: exercício temporário de determinados cargos , ajustes de contas, verbas indenizatórias, ajudas de custo quando o militar vai para a reserva, dentre outros”, prosseguiu.

Diferente realidade

As cifras elevadas revelam a realidade remuneratória dos poucos militares de alta parente. Para a maioria, nem sempre é tempo de bonança.

A média nos provimentos mensais — quando se leva em conta todos os militares que receberam mais de R$ 10 mil — em 2019 foi de R$ 4,9 mil por mês. Muito distante da média dos dez primeiros colocados, de R$ 35 mil por mês.

No entanto, em mais um movimento para agradar e evitar reclamações do restante da ala fardada do Estado, o presidente Jair Bolsonaro pretende aumentar em breve as gratificações recebidas por militares com funções no serviço público.

Além da reservar vagas dentro do Executivo, o governo defende que os eles possam acumular a remuneração integral dos cargos e funções com aquela recebida pelo posto ocupado na hierarquia militar. Assim, poderão receber 100% de ambas, enquanto servidores indicados para cargos civis terão de escolher entre possibilidades menos vantajosas – uma delas é receber o salário do cargo efetivo de origem mais 60% da remuneração comissionada.

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