Em 2018, vítima do DF denunciou ginecologista preso em GO: “Fui desacreditada”
Atendente, que tinha 18 anos na época, procurou a delegacia assim que saiu do consultório. Profissional chegou a ser condenado em primeira
atualizado
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Goiânia – Uma atendente de 18 anos, moradora do Distrito Federal, denunciou na polícia, em 2018, o médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, por assédio sexual. Ele chegou a ser condenado em primeira instância, mas não foi preso à época.
O profissional só foi preso preventivamente, pela Delegacia da Mulher de Anápolis, em Goiás, na última quarta-feira (29/9), por conta de três vítimas da cidade. Depois da prisão e da divulgação do caso, até agora cerca de 50 mulheres já procuraram a polícia (41 vítimas já foram ouvidas).
Processada
A atendente que foi vítima em 2018 falou com o G1 DF sobre o caso. Ela preferiu não detalhar o crime em si, mas a prisão do médico trouxe tranquilidade e alívio. No entanto, a vítima lembrou que chegou a ser processada por calúnia e difamação pelo ginecologista.
“Talvez, se eu não tivesse me calado tanto, poderiam ter aparecido mais vítimas naquela época. Eu fui muito desacreditada e sempre questionada se estava falando a verdade”, contou a atendente ao portal de notícias.
A delegada responsável pela investigação, Isabella Joy, continua ouvindo vítimas. Ao Metrópoles, a policial contou que os relatos têm vários pontos em comum entre si. O inquérito deve ser encerrado na próxima semana. O suspeito continua preso.
Exercício profissional
A defesa do médico preso disse que ainda não teve acesso aos detalhes dos autos. Nos documentos aos quais teve acesso, só haveria o simples exercício profissional, segundo o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.
“O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota da defesa.
O advogado também afirmou que vários pacientes de Nicodemos ligaram para familiares do médico, assustados com a prisão, e se prontificaram a prestar depoimento em favor do ginecologista.