Em 2016, institutos de pesquisa só erraram quem vai para o 2° turno em duas capitais
Levantamento em conta pesquisas, feitas pelo Ibope e pelo Datafolha, realizadas na semana anterior às eleições
atualizado
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Os candidatos nas primeiras colocações das pesquisas de intenção de voto, divulgadas nesta semana, podem se animar: em 2016, o Ibope errou o segundo turno das eleições em apenas duas cidades, Porto Velho (RO) e São Luís (MA).
Nos levantamentos divulgados há quatro anos, na semana anterior à disputa para prefeito, o erro médio do Ibope e do Datafolha, os dois maiores institutos de pesquisa do país, estava dentro da margem de erro. O Ibope errou por 3,3 pontos percentuais e o Datafolha por 3,8. O número foi calculado pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
O gráfico a seguir mostra o erro médio por capital. Quando não há informação é porque o instituto não fez pesquisa na semana anterior à eleição:
A publicação Pindograma acompanha de perto o desempenho dos institutos de pesquisa de opinião, calculando inclusive uma nota para cada um deles. O Ibope está no topo do ranking do site, com a menção A, e o Datafolha na segunda posição, com B+.
O erro percentual médio calculado pelo Pindograma para o Ibope, em todas as suas pesquisas, é de 4,08. Já o Datafolha tem um erro percentual médio de 3,95. (Entenda aqui como a nota é calculada).
O editor-chefe da Pindograma, Daniel Ferreira, alerta que há diversos elementos que influenciam na hora de avaliar se uma pesquisa previu corretamente o resultado de uma eleição. Algo que impacta especialmente nos resultados municipais é a demora do brasileiro em decidir em quem vai votar.
“Se o eleitor deixa para decidir na última hora, ele pode escolher o candidato na frente da urna. Não tem como capturar isso. Precisamos aceitar a incerteza”, ponderou. Para Ferreira, a disputa deste ano tem elementos adicionais de indefinição. “As campanhas estão diferentes, mais virtuais, menos aglomeradas, e os índices de indecisos ainda estão altos nas pesquisas”, acrescentou.
Outro fator importante é a abstenção. “É bem possível que essa taxa seja bem mais alta este ano”, disse. Nesse caso, a culpada é a pandemia de coronavírus, que levou ao adiamento das datas iniciais previstas para a votação e um encurtamento da campanha eleitoral.