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Em 2 anos, Bolsonaro se reuniu com Economia 173 vezes. Com Saúde, 40

Segundo a agenda presidencial, ministro da Economia e ex-ministro da Defesa tiveram mais encontros com o presidente do que a pasta da Saúde

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Em pandemia, Bolsonaro se reuniu com Economia 173 vezes, com Saúde, 40
1 de 1 Em pandemia, Bolsonaro se reuniu com Economia 173 vezes, com Saúde, 40 - Foto: Metrópoles/Arte: Carla Sena

Desde o início da pandemia no Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), teve mais reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, do que com todos os ex-ministros da Saúde e o atual titular da pasta.

Durante o período, Bolsonaro teve 173 encontros com Guedes, contra 40 reuniões oficiais realizadas com Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello — ex-ministros — e Marcelo Queiroga, que está à frente da pasta desde 23 de março do ano passado.

Enquanto o responsável pela política econômica foi o mais prestigiado na agenda, a Saúde ficou em 11º na lista, ao lado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, de Marcos Pontes. É o que mostra um levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles com base na agenda divulgada pelo Palácio do Planalto desde 26 de fevereiro de 2020, data do primeiro caso da doença no país, até o último dia 24.

Entre todos os que passaram pela coordenação do Ministério da Saúde, Pazuello foi o que teve mais encontros com Bolsonaro até o momento, um total de 12 reuniões oficiais. Queiroga, o atual, já teve 11 encontros com o presidente, Mandetta, 9, e Teich, 8 reuniões.

Para a análise, a reportagem ignorou encontros ocorridos com ministros que ficam no mesmo prédio da Presidência da República, como, por exemplo, Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo; Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil e Jorge Antonio de Oliveira, ministro-chefe da Secretaria-Geral.

O Ministério da Defesa aparece em 2° lugar no total de reuniões com Bolsonaro (98 encontros). A pasta foi comandada por Fernando Azevedo e agora está sob a tutela de Braga Netto. Em seguida está o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta foi encabeçada pelo ex-juiz e pré-candidato à Presidência, Sergio Moro, até abril de 2020, e por André Mendonça até março de 2021. Atualmente, é comandada por Anderson Torres. Os titulares da Justiça foram recebidos 94 vezes pelo presidente da República.

De acordo com Rodolfo Tamahana, professor e especialista em Ciências Políticas do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) de Brasília, a agenda da Presidência é uma demonstração ao que o mandatário do país dá mais importância e como é a sua base política. “É um indicativo importante com quem o presidente quer conversar ‘olho no olho'”, afirmou.

Tamahana explica que a agenda governamental envolve decisões sobre quais políticas públicas devem ser formuladas e quais devem ser deixadas de lado. Para ele, a priorização da agenda econômica, ao invés da saúde, confirma como a gestão da crise pela pandemia era guiada pelos interesses econômicos.

“Apesar da mudança no discurso [sobre a pandemia] ter ocorrido, mesmo que a contra gosto, a agenda mostra o que realmente acontecia nos bastidores e a quem o presidente sempre ouviu”, explica.

Recentemente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente Bolsonaro, colocou em dúvida a permanência de Guedes em um eventual segundo mandato do pai.

Bolsonaro, entretanto, tirou esta dúvida do ar após afirmar que sua união com Guedes, é “indissolúvel”. “Meu casamento com o Paulo Guedes é indissolúvel, não existe divórcio”, afirmou.

Em sua fala, Guedes também fez uma série de elogios ao mandatário, a quem classificou como “um presidente digital” e “atento ao detalhe”. As declarações foram feitas nesta sexta-feira (25/2), na cerimônia de lançamento do Modelo Regulatório do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em Brasília (DF), na qual o titular da Economia também estava presente.

 

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A nomeação de João Roma (Republicanos-BA) para o Ministério da Cidadania, em fevereiro de 2021, simbolizou o início do "noivado" de Bolsonaro com o Centrão
No mês seguinte, em março, a deputada Flávia Arruda (PL-DF), também do Centrão, assumiu a Secretaria de Governo da Presidência, responsável pela articulação do Executivo com o Congresso Nacional e também pela liberação de emendas parlamentares
A consolidação do "casamento" do presidente com o Centrão ocorreu quando Bolsonaro entregou a "alma do governo" ao bloco, fazendo com que Ciro Nogueira (PP-PI) assumisse a Casa Civil, em julho de 2021
Na época, o governo era alvo da CPI da Covid-19, na qual senadores investigaram omissões do Executivo durante a pandemia de coronavírus. Em busca de apoio, o presidente concedeu a primeira e, até o momento, a única pasta titularizada por um senador
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A nomeação de João Roma (Republicanos-BA) para o Ministério da Cidadania, em fevereiro de 2021, simbolizou o início do "noivado" de Bolsonaro com o Centrão

Marcos Corrêa/PR
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No mês seguinte, em março, a deputada Flávia Arruda (PL-DF), também do Centrão, assumiu a Secretaria de Governo da Presidência, responsável pela articulação do Executivo com o Congresso Nacional e também pela liberação de emendas parlamentares

Gustavo Moreno/ Especial para o Metrópoles
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A consolidação do "casamento" do presidente com o Centrão ocorreu quando Bolsonaro entregou a "alma do governo" ao bloco, fazendo com que Ciro Nogueira (PP-PI) assumisse a Casa Civil, em julho de 2021

Presidência da República
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Na época, o governo era alvo da CPI da Covid-19, na qual senadores investigaram omissões do Executivo durante a pandemia de coronavírus. Em busca de apoio, o presidente concedeu a primeira e, até o momento, a única pasta titularizada por um senador

Agência Senado

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