Em 15 dias, dois PMs cometem feminicídios e se matam em seguida no Rio
No último caso, o soldado Rafael Mendonça matou a tiros a mulher Patrícia Lira Mendonça, em Realengo, na zona norte. Casal tinha duas filhas
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Com alto índice de feminicídios no estado do Rio de Janeiro, um dado tem chamado a atenção nas últimas semanas: policiais militares que assassinaram mulheres e cometeram suicídio em seguida. Em apenas 15 dias, foram dois casos de PMs que mataram esposa ou ex-companheira. O último crime aconteceu nesse domingo (31/10), em Realengo, na zona oeste do Rio.
O soldado Rafael Mendonça de Azevedo, do 41º BPM (Irajá), matou sua esposa a tiros e se matou logo em seguida na residência da família, na Rua Claudino Barata. De acordo com a PM, equipes do 14°BPM (Bangu) foram acionadas para irem até o local, mas quando chegaram lá, encontraram o corpo do militar e de Patrícia Lira Mendonça.
O casal tinha duas filhas pequenas, uma delas completou dois anos há apenas três meses. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que já realizou perícia e recolheu a arma do crime.
Ainda não se sabe a motivação do crime, mas a investigação da Polícia Civil aponta para hipótese de feminicídio seguido de suicídio. As investigações estão em andamento e os agentes já recolheram imagens de câmeras de segurança da casa para entender a dinâmica do crime.
PM mata a ex-noiva
No dia 14 de outubro, um policial militar cometeu feminicídio contra a ex-noiva em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. O cabo Luiz Felipe dos Santos Monteiro, lotado no 12ºBPM (Niterói), estava de folga, mas foi fardado até a casa da ex-namorada, no bairro Coelho da Rocha, para matá-la.
Depois de cometer o feminicídio, o PM tirou a própria vida. Uma equipe do 21ºBPM (São João de Meriti) foi acionada para verificar o crime de feminicídio envolvendo um policial militar e encontrou os dois mortos na residência. O caso estava com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
PM diz que faz trabalho com agentes
A Polícia Militar ressaltou, em nota, que a Corporação vem desenvolvendo um trabalho expressivo voltado para o bem-estar e saúde mental dos policiais militares. Um dos temas mais tratados é o de violência doméstica, que se tornou recorrente na PM.
“Esses esforços vão desde atendimento psicológico intensificado aos agentes de segurança a palestras para os comandantes da tropa. As atividades incluem um programa de palestras desenvolvido pela coordenação da Patrulha Maria da Penha para sensibilização da tropa para questões relacionadas a violência doméstica”, diz a nota.
Há alguns meses, a Corporação adotou o projeto Patrulha Maria da Penha, voltado para os casos de violência doméstica. Nesta sexta-feira (15/10), vai começar a segunda fase do programa.
Desde que foi iniciado, o projeto tem um cronograma de capacitação desenvolvido pela coordenação da Patrulha Maria da Penha com os batalhões do interior do estado. O objetivo é sensibilizar os policiais para atuarem em ocorrências que envolvem violência contra a mulher e o descumprimento de Medidas Protetivas.