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Em 1 mês, Delta cresce de 27% para 62% dos casos analisados pela Fiocruz

Dos 2.239 genomas de Covid sequenciados pela fundação em agosto deste ano, 1,4 mil apresentaram resultado positivo para a variante Delta

atualizado

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Mulher com óculos, face shield, máscara e roupa azul com mão em cima de testes em mesa
1 de 1 Mulher com óculos, face shield, máscara e roupa azul com mão em cima de testes em mesa - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A disseminação da variante Delta em todo o Brasil vem sendo motivo de preocupação entre especialistas e autoridades, que temem uma nova onda de internações e mortes decorrentes da Covid-19. Dados da Rede Genômica, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram que, de julho para agosto, os casos sequenciados que tiveram resultado positivo para essa cepa cresceram de 27,1% para 62,4%. Segundo a Fiocruz, a variante já domina as infecções por coronavírus no país.

Dos 2.239 genomas de Covid sequenciados em agosto deste ano, 1,4 mil apresentavam a variante Delta.

Apesar de não representarem o total de casos confirmados da doença no Brasil, os números chamam a atenção. O país nunca investiu em sequenciamento genômico em massa, o que pode mascarar o avanço das variantes entre a população.

“A Delta se confirma a cada dia, devido à sua alta taxa de transmissibilidade. Para identificarmos o avanço da variante, é necessário realizar o sequenciamento, mas nós não o fazemos como deveríamos, aqui no Brasil. Com certeza, a porcentagem de confirmados com Delta é muito maior”, diz o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro.

A região Sudeste tem a maior frequência da variante, constatada em 76,5% das análises. Entretanto, há disparidade entre as amostragens utilizadas do Brasil, já que a região concentra o maior número de genomas sequenciados, com 1.652 amostras. Destas, 1.268 constataram a presença da variante.

Em segundo lugar e encontrada em 19,9% dos genomas analisados, vem a Gama (P.1), que saiu da liderança das amostragens no último mês. A variante foi identificada no Brasil, e é responsável pela maior onda de óbitos e casos registrados em Manaus, no Amazonas.

A variante Delta foi notificada pela primeira vez na Índia, em outubro de 2020. Em junho deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta: a variante tem se tornado dominante em todo o mundo. A predominância desta cepa é justificada por sua alta transmissibilidade. De acordo com o último boletim epidemiológico da entidade, divulgado no dia 7 de setembro, 174 países já identificaram a circulação da cepa indiana.

Veja, a seguir, gráfico que mostra o avanço da variante Delta nas análises da Fiocruz:

Para Julival Ribeiro, o avanço da variante é preocupante, e pode ser resultado das quebras de barreiras sanitárias realizadas nas últimas semanas em todo o país.

“É importante entender que precisamos completar a vacinação para somente depois fazer grandes eventos, por exemplo. A variante é altamente transmissível, e, para a gente conter a disseminação, da variante Delta ou de outra, é necessário garantir a imunização de todos e seguir os protocolos sanitários de proteção”, explica Ribeiro.

Saiba mais sobre as variantes do coronavírus:

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Cerca de 73% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam sintomas nos meses seguintes à infecção, segundo a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos
A versão Beta não apresenta alta transmissibilidade, mas é a mais eficiente em driblar as defesas do corpo
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Com o passar dos meses, o coronavírus sofreu mutações para continuar infectando as pessoas

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Surgiram inúmeras variantes do vírus, mas a OMS considera quatro como sendo de "preocupação"

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Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas

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Ela é mais transmissível do que o vírus original, e foi responsável por uma alta nos casos em vários países

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Cerca de 73% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam sintomas nos meses seguintes à infecção, segundo a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos

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A versão Beta não apresenta alta transmissibilidade, mas é a mais eficiente em driblar as defesas do corpo

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A variante Gama é a brasileira, conhecida anteriormente como P.1

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Ela também é mais transmissível, mas não é responsável por quadros mais graves da infecção

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Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepa

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São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células

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As vacinas disponíveis até o momento funcionam contra a maioria das variantes, ainda que não tenham 100% de eficácia contra elas

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No DF, Delta representa 82% das amostras analisadas; são 336 casos

Das 116 novas amostras analisadas pelo Lacen-DF sobre quais variantes da Covid-19 circulam pela capital, 82% dos resultados apontaram para a Delta. Os dados mostram avanço na transmissão comunitária, segundo a Secretaria de Saúde. No total, são 336 casos da cepa indiana somente no Distrito Federal. A informação foi passada na coletiva de imprensa realizada na Secretaria de Saúde na quinta-feira (9/9).

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