Eletronuclear nega paralisação de usinas por conta das chuvas
“Plano de Emergência Externo (PEE) para o caso de emergência na central nuclear de Angra dos Reis não está comprometido”, diz empresa
atualizado
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Rio de Janeiro – A Eletronuclear garantiu, em nota, neste domingo (3/4), que o plano de emergência para a central nuclear de Angra não está comprometido. O pronunciamento é uma resposta ao pedido do prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), de paralisação de Angra 1 e 2 após as chuvas que atingiram a cidade: “Estamos ilhados”, alega Jordão.
No pronunciamento, a empresa é taxativa: “A Eletronuclear esclarece que o Plano de Emergência Externo (PEE) para o caso de emergência na central nuclear de Angra dos Reis não está comprometido por conta das quedas de barreiras nas estradas da Costa Verde”.
Segundo a Eletronuclear, se fosse necessária, a evacuação de trabalhadores e da população seria feita pela BR-101 RJ Sul, tanto no sentido de Angra dos Reis quanto no de Paraty. “Acontece que as obstruções verificadas nessa estrada estão fora das Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE) previstas no PEE”, esclareceu em outro trecho da nota.
Plano de evacuação
O plano de evacuação, em caso de emergência, abrangeria pessoas localizadas em um raio de até 5 quilômetros da central para abrigos situados a até 15 quilômetros das usinas, que não foram atingidos. “A ação poderia ser realizada com total eficácia”, informa a Eletronuclear.
A empresa ressalta que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro, emitiu nota afirmando que “apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento, não há comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do Plano de Emergência”.
Com 640 megawatts de potência, Angra 1 gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes, como Porto Alegre, Rio Grande do Sul, ou São Luís, Maranhão, segundo o site da Eletronuclear. Enquanto Angra 2, com potência de 1.350 megawatts, é capaz de atender ao consumo de cidade de 2 milhões de habitantes, como Belo Horizonte, em Minas Gerais. Angra 3 ainda não está em funcionamento.
Em todo o estado, as chuvas provocaram 16 mortes, das quais oito em Angra dos Reis. Perto dali, em Paraty, sete pessoas da mesma família morreram soterradas e um advogado morreu em Mesquita, município da Baixada Fluminense.