Eletrificação de carros será liderada por aplicativos de transportes
Estudo da McKinsey estima que 85% dessa frota brasileira específica será, até 2040, movida à energia elétrica, contra 21% da de uso pessoal
atualizado
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As empresas de transporte por aplicativo e os seus motoristas parceiros devem ser um dos principais líderes para a adoção de carros elétricos, segundo estudo inédito da McKinsey sobre o futuro da mobilidade sustentável no Brasil.
Os dados mostram que, até 2040, pelo menos 85% da frota de veículos por aplicativo deve ser elétrica, número quatro vezes superior ao estimado para os carros de uso pessoal (21%).
Hoje, há até uma Aliança pela Mobilidade Sustentável, que reúne 11 empresas com o objetivo de impulsionar a infraestrutura para veículos sustentáveis no Brasil.
A expectativa é de que em 2040 as receitas com veículos elétricos atinjam US$ 65 bilhões. São esperados 11 milhões de automóveis eletrificados em circulação no Brasil – representando 20% de toda a frota.
Segundo a pesquisa da McKinsey, os veículos elétricos têm sintonia com o modelo de negócio do transporte por aplicativo por duas razões: a alta rodagem e previsibilidade das áreas de deslocamento; e a utilização do veículo majoritariamente nos centros urbanos, permitindo a otimização do uso em relação aos pontos de recarga.
Fomentar a expansão das estações de carregamento está entre as metas da Aliança pela Mobilidade Sustentável, que quer ajudar a criar 10 mil pontos públicos de carregamento em todo o Brasil até 2025.
A McKinsey prevê que o país tenha 12 mil pontos de recarga nos próximos três anos. “Os dados do estudo mostram que estamos no caminho certo. Sabemos que o futuro da mobilidade elétrica depende de uma união de esforços de diferentes players do mercado e é esse trabalho que estamos realizando com a Aliança”, comenta Thiago Hipólito, diretor de Inovação da 99 e Líder do DriverLAB, um centro especialmente focado em novas soluções para condutores.
A pesquisa da McKinsey revela ainda que, para quem faz uso intenso do carro, como é o caso dos motoristas de aplicativo, o Custo Total de Propriedade (TCO) do veículo elétrico deve se tornar equivalente ao do automóvel à combustão muito antes daqueles que utilizam o carro para fins pessoais.
Considerando os veículos de entrada, por exemplo, com valores abaixo de R$ 200 mil, essa equivalência deve ocorrer já em 2023 para quem roda mais de 150 quilômetros por dia. Para aqueles que dirigem cerca de 30 quilômetros por dia, a paridade deve ser atingida somente em 2030.
“Hoje, a economia que o motorista de aplicativo tem com o uso do carro elétrico chega a 80% em relação ao modelo por combustão, quando analisamos os custos com combustível e manutenção”
Thiago Hipólito
“Mas sabemos, no entanto, que esse automóvel ainda tem um valor de aquisição muito alto para o motorista”. Por isso, foi fundada a Aliança. Junto com montadoras, empresas de locação e instituições financeiras, ela vai pensar soluções para tornar o acesso aos veículos elétricos mais fácil, além de promover a infraestrutura necessária para que nossos parceiros rodem em suas viagens.
Entre as ações da Aliança em prol da democratização do veículo elétrico está a parceria entre a 99 e a Movida para disponibilizar 50 carros elétricos para serem alugados por motoristas parceiros da plataforma em São Paulo.
Com a opção de locação facilitada mais a redução com o custo de combustível, a economia do condutor pode chegar a mais de 25% ao mês se comparado com um modelo tradicional. Além disso, a iniciativa visa reduzir a emissão de CO2 gerada diariamente pelo trânsito paulistano, promovendo melhoria na qualidade do ar e na saúde.