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Eleições presidenciais movimentam até R$ 3 milhões em sites de aposta

De olho nas eleições, plataformas ampliaram o ramo de atuação e passaram a oferecer apostas para a corrida ao Palácio do Planalto

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Bolsonaro e Lula
1 de 1 Bolsonaro e Lula - Foto: Yanka Romão/Arte/Metrópoles

A eleição presidencial deste ano é um evento esperado não só por candidatos e apoiadores. O pleito também movimenta apostadores em todo o Brasil. De olho nisso, sites de apostas esportivas vêm expandindo sua atuação no país e oferecendo também a possibilidade de clientes palpitarem sobre quem será o vencedor da corrida ao Palácio do Planalto.

Na Betfair Exchange, um dos maiores sites do segmento, o valor investido já chega a R$ 3,1 milhões.

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Os palpites para a eleição seguem as mesmas regras das loterias esportivas: o apostador investe um valor e, em caso de acerto, recebe um montante baseado nas odds calculadas pelas plataformas. As odds são o inverso da probabilidade, como explica Gonçalo Costa, CEO do Odds Scanner, empresa que reúne estatísticas sobre apostas.

“Exemplo: se time A tem 50% de chance de vencer, a odd é de 1/50% (um dividido por 50%) = 2. Com base nisso, as pessoas escolhem quanto querem apostar em cada evento e, se ganharem, recebem o valor apostado multiplicado pela odd indicada”, afirma Costa.

Quanto maior a probabilidade de ganhar, menor é a cotação da odd. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, é apontado como possível vencedor em uma casa de apostas. Suas odds então são menores que as dos concorrentes. Nessa plataforma, a cotação do petista é de 1.40. Hipoteticamente, se uma pessoa aposta R$ 200 na vitória do ex-presidente e acerta, ela recebe R$ 280 — valor apostado multiplicado por 1.40.

Já um palpite de mesmo valor em Ciro Gomes (PDT), que é visto como candidato com menor chance de vencer, tem uma odd maior (29). Em caso de vitória do pedetista, o apostador embolsaria R$ 5,8 mil.

No Brasil, o setor de apostas tem registrado um crescimento exponencial desde 2018, quando a Lei nº 13.756, sancionada pelo então presidente Michel Temer, legalizou a atividade no país. Entretanto, o setor ainda aguarda regulamentação — a lei determina que isso seja feito em, no máximo, quatro anos, prazo que se esgota em 12 de dezembro.

Diante da falta de regulamentação, as empresas que atuam no ramo atualmente têm sede em países estrangeiros.

Paixões

Gonçalo Costa explica que esse mercado é movido pela paixão de apostadores. No âmbito das eleições, a situação não é diferente. Por isso, é necessário estar atento para não perder dinheiro. “O que é ruim é quando a pessoa passa a apostar de forma irracional e a perder muito dinheiro. Isso é mais comum de acontecer com uma partida de futebol, pois muitas vezes há um interesse global, pessoas com um sentimentalismo grande quanto ao clube e aos jogadores, entre outros fatores”, diz.

“A polarização do cenário político pode sim gerar um aumento dessa forma irracional de apostas, mas o contexto das eleições é diferente do encontrado no futebol – há um volume menor de pessoas por ser algo relevante à população local e não global e também por não serem tantos os que possuem interesse nesse tipo de aposta.”

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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados

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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir

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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público

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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público

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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra

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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes

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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado

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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado

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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro

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Costa pontua que é preciso entender como as apostas funcionam para evitar cair em furadas. “A partir do momento que se assume que a probabilidade de vencer não é de 100%, é preciso ter cuidado para não perder todo o dinheiro de um dia para o outro. Por isso, neste mercado se fala muito em gestão de banca e controle emocional, dois pilares fundamentais não só para não perder dinheiro muito rápido, mas também para evitar perdê-lo a longo prazo”, aponta.

“A grande chave aqui é gerir bem o dinheiro. Saber o quanto você está disposto a perder e não ir além do valor estipulado. Outra dica é apostar uma porcentagem pequena da sua banca (o dinheiro total que você separou para apostas) em cada palpite, pois isso dá espaço para perder sem de fato ficar zerado.”

Favoritos

O ex-presidente Lula lidera em todas as casas de aposta. Segundo a Live Tracker, ferramenta que analisa a probabilidade de vitória de cada candidato, o petista tem 71,43% de chance de vencer. Em segundo lugar, aparece Jair Bolsonaro (PL), com 26,67%, seguido de Simone Tebet (MDB), com 4,76% e Ciro Gomes, 2%.

Para chegar a esse índice, a plataforma leva em consideração as odds de diferentes sites, pesquisas de intenção de voto, além de notícias e históricos dos concorrentes.

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