Eleições: derrota provoca briga entre Moro e seu candidato em Curitiba
Ney Leprevost foi apoiado pelo senador na disputa a prefeito, tendo Rosângela Moro como vice, mas culpa o ex-juiz por terminar em 4º lugar
atualizado
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Nesta semana o candidato derrotado à Prefeitura de Curitiba (PR) e deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil-PR) protagonizou uma briga pública com o seu padrinho político, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O ex-juiz da Operação Lava Jato apoiou Leprevost na disputa pela capital do Paraná. Porém, o deputado estadual amargou um quarto lugar no primeiro turno e culpou Moro pelo fraco desempenho.
A deputada federal por São Paulo Rosângela Moro (União Brasil-SP), esposa do ex-juiz, foi a vice na chapa do candidato do União Brasil na cidade. Os dois ficaram com 6% dos votos, totalizando 60.675 eleitores. A capital paranaense terá segundo turno entre Eduardo Pimental (PSD) e Cristina Graeml (PMB).
A desavença entre os dois começou quando Leprevost veio a público dizer que Moro “contribuiu” para a sua derrota e que ele é “ruim de lidar, de difícil trato e vaidoso”.
O senador usou a rede social X para reagir: “Ney Leprevost não conseguiu nem eleger o irmão vereador e quer transferir a responsabilidade pelo fracasso de sua candidatura a prefeito a terceiros”.
“Recebeu o que merecia”
Moro disse que foi Leprevost “que convidou e insistiu para que Rosângela fosse sua vice”, o que o deputado nega. “Não conseguimos prosseguir, pois nem eu, nem minha esposa ou o União Brasil nacional pudemos influenciar na campanha. O problema é que a população não aguenta mais a velha política de candidatos que se apresentam sem posições claras. Ney aventurou-se na busca por eleitores de todos os lados e junto com seu irmão recebeu nas urnas o que merecia. Repudio os ataques pessoais que fez contra mim”, declarou.
Nessa quarta-feira (16/10), Leprevost fez um “fio” de publicações no X, relacionando Moro a traição.
“Este senhor é um traidor contumaz. Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político. Traiu as leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus e escutas telefônicas de legalidade questionável. Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro”. argumentou.
“Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação. Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral. Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando- se candidato de última hora contra ele”, continuou.
“Apenas um lacrador”
Leprevost disse que Moro traiu a população ao votar favorável a indicação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. E que o traiu ao “abandonar” a disputa dias antes do primeiro turno das eleições.
“Senador Sergio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas. Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira”, disse o deputado estadual.
Leprevost também disse que Moro virou apenas um “lacrador”.
“De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou-se e se transformou em um mero ‘lacrador’ de redes sociais. Me esqueça e vá se defender na Justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu”, declarou.