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WhatsApp de petistas ferve em reação a falas de Lula: “Uma merda”

Integrantes do partido estão preocupados com as reações a declarações sobre pressão a deputados em casa e sobre o aborto

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta manhã de quinta-feira,10, no hotel Nobile Downtown, da reunião “Mulheres com Lula para reconstruir o Brasil”, organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
1 de 1 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participa nesta manhã de quinta-feira,10, no hotel Nobile Downtown, da reunião “Mulheres com Lula para reconstruir o Brasil”, organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e pela presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Fábio Vieira/Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Duas declarações recentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobre forma de pressão a parlamentares e sobre aborto, provocaram reações entre lideranças petistas envolvidas na pré-campanha ao Planalto. A maior preocupação é com a fala em que Lula afirmou a sindicalistas que deveriam ir à casa de parlamentares para pressioná-los sobre matérias de interesse, o que incendiou não apenas as redes sociais bolsonaristas, mas os grupos de mensagens de integrantes do PT.

Nos grupos, muitos integrantes do partido se manifestaram contrários ao pensamento externado por Lula, que será lançado pré-candidato do partido à Presidência da República no próximo dia 30 de abril.

“Para falar a verdade, essa fala foi uma merda, foi muito ruim”, avaliou um petista em conversa reservada com o Metrópoles.

“Foi uma fala de conteúdo totalmente explosivo, contra nós, e estamos em um momento no qual não precisamos disso, ao contrário, não podemos errar”, disse o petista, bastante próximo do ex-presidente.

Nas discussões feitas no grupo ao longo dessa quarta-feira (6/4), membros do partido avaliaram que será necessário conversar com o ex-presidente no sentido de medir as palavras, com o objetivo de não dar munição para o presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário.

“Certamente vão fazer uma avaliação com ele, ele mesmo deve estar fazendo essa avaliação”, informou um nome do partido.

A preocupação, segundo outro membro do partido, é em relação ao uso que pode ser feito tanto da afirmação. “É para ter cautela, porque nós não podemos ficar dando munição ao adversário numa campanha”, ponderou.

Mais grave

O problema mais grave, na opinião de petistas, refere-se ao discurso feito em um evento promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). Lula pediu que os sindicalistas mudassem a forma de pressionar os congressistas e passassem a procurar deputados em suas casas, nas cidades onde eles moram.

Lula apontou que a atual forma de pressionar o Congresso, muitas vezes baseada em manifestações em frente ao órgão em Brasília, não surte mais efeitos e que por isso, seria necessário tentar convencer deputados e seus familiares sobre as propostas de interesse dos trabalhadores.

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Em discurso a sindicalistas, o petista afirmou que é preciso criar formas de enfrentar Bolsonaro na internet
Lula criticou quem tenta emplacar uma terceira via para as eleições
Lula esteve com sindicalistas da CUT na segunda (4/4)
Em São Paulo, Lula se encontra com sindicalistas da CUT
O evento chegou a ser impugnado por um deputado no TSE, mas o tribunal negou o pedido e manteve a realização
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Em discurso a sindicalistas, o petista afirmou que é preciso criar formas de enfrentar Bolsonaro na internet

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Lula criticou quem tenta emplacar uma terceira via para as eleições

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Lula esteve com sindicalistas da CUT na segunda (4/4)

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Em São Paulo, Lula se encontra com sindicalistas da CUT

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O evento chegou a ser impugnado por um deputado no TSE, mas o tribunal negou o pedido e manteve a realização

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Apoiadora de Lua durante o evento da UERJ

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Encontro lotou a Concha Acústica Marielle Franco, na Uerj

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Ex-presidente Lula participa de encontro Internacional Democracia e Igualdade na UERJ, durante passagem de compromissos políticos no Rio

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“Se a gente mapeasse o endereço de cada deputado e fossem 50 pessoas na casa, não é para xingar, não, é para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele, surte muito mais efeito do que fazer a manifestação em Brasília”, disse Lula.

No mesmo discurso, o ex-presidente falou sobre a necessidade de conseguir passar uma “narrativa” sobre as reivindicações do movimento sindical e apontou que a disputa se dará com uma pessoa ligada às milícias, se referindo ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Lula queria falar sobre esse voto do Congresso, que é comprado pelas verbas. Mas a expressão foi infeliz. Não dá pra dizer que não foi. Ela foi infeliz”, justificou um petista.

Aborto

Petistas consideraram menos grave a fala sobre o aborto, visto que o presidente expôs uma realidade brasileira e não defendeu nada que o partido também não propague em relação ao aborto, ou seja, que o tema seja tratado sem dogmas ou moralismo, e como uma questão de saúde pública.

Essa foi a máxima repetida por Lula e pela ex-presidente Dilma Rousseff durante os governos petistas entre 2003 e 2016.

Mesmo assim, a forma e as palavras usadas por Lula também foram consideradas inadequadas.

“No caso do aborto, o que o Lula quer dizer, na prática, é que toda mulher tem o direito de ser atendida. Não tem nada de novo. Mas a ênfase que ele dá cria a impressão de que o partido vai liberar geral para legalizar o aborto, e não é isso”, apontou um dos membros da legenda.

Munição bem usada

A fala de Lula sobre a pressão a parlamentares realmente virou uma munição bem usada por parlamentares bolsonaristas, que chegaram a ameaçar, por meio das redes sociais, receber eventuais manifestantes à bala.

A deputada Carla Zambelli divulgou um vídeo na internet dizendo que entrará com uma representação contra Lula por ameaça, e “autorizou” a sua mãe a “meter chumbo” em quem chegasse à sua porta.

“Minha família é sagrada, e na minha família tem pistola”, discursou a parlamentar. “Olha, mãe, se vier vagabundo aqui ameaçar a senhora e ameaçar meu filho, a senhora está autorizada a pegar a minha pistola e meter chumbo”, orientou.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o deputado federal Junio Amaral (PL-MG) aparece carregando uma pistola enquanto explica seu endereço na cidade de Contagem, região metropolitana de Minas Gerais.

“Vou esperar vocês lá. Tanto sua turma, como você. Vai lá conversar com a minha esposa, com a minha filha. Vocês serão muito bem-vindos”, ameaçou, mostrando a arma.

Daniel Freitas (PL-AC), também apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), prometeu pedir uma investigação contra Lula no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Questiono se nesse caso o ministro Alexandre de Moraes (do Supremo Tribunal Federal) pedirá a prisão do ex-presidiário Lula por essa ameaça ao Parlamento”, postou.

Em relação à questão do aborto, a reação partiu imediatamente de evangélicos, e foi endossada por deputados bolsonaristas.

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, usou conta oficial no Instagram para dizer que Lula “sempre foi a cultura da morte” e alegou que a disputa se dará no próximo pleito entre as pessoas que defendem a morte e as que defendem a vida.

“Nas próximas eleições, nossas escolhas serão: vida protegida desde a concepção X morte de crianças inocentes”, publicou a ex-ministra.

O deputado Carlos Jordy (PL-PR) também partiu para o ataque contra Lula. “Não basta destruir o país por meio da corrupção, tem que destruir também nossos valores, princípios, as famílias, e assassinar inocentes. Não permitiremos”, publicou o deputado.

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) disse que Lula não escondeu o que pensa sobre a questão. O parlamentar afirmou que, pela primeira vez, viu sinceridade no petista. “Lula para maiores”, pontuou o pastor.

“Acredito que pela primeira vez vi o Lula de quem sempre falei. Lula para maiores”, destacou.

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