“Vou votar no Lula”, diz Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central
Presidente do BC na gestão FHC já vinha sinalizando alinhamento com o petista desde o Manifesto pela Democracia da USP, em agosto
atualizado
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Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), declarou seu voto no segundo turno das eleições. “Vou votar no Lula”, disse ao G1. A informação já havia sido anunciada pelo Estadão/Broadcast.
“Vou declarar apoio a Lula. Pensei em anular para indicar pouca confiança nos dois finalistas, pensando nas oportunidades desperdiçadas pelo PT no poder. Não vejo uma margem suficiente e, como já disse, os riscos aumentaram”, contextualizou Armínio.
As sinalizações do ex-BC contrárias a Jair Bolsonaro (PL) não são de hoje. No dia 11 de agosto, ele participou do Manifesto pela Democracia da USP – uma resposta aos ataques do presidente da República contra o sistema eleitoral.
“As sociedades mais prósperas do planeta, aquelas onde reinam a liberdade, a solidariedade, a prosperidade, são, todas, democracias. Nós vivemos hoje em um mundo onde ameaças autoritárias e populistas às vezes nos assustam. Nós já vivemos isso no passado, e não é novidade”, disse o ex-presidente do BC durante o ato na USP.
O mercado com Lula
A declaração de voto de Armínio Fraga fortalece o “alinhamento” de Lula com a agenda do mercado e contribui para aliviar os temores sobre a responsabilidade fiscal. Na esteira disso, outro ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também declarou apoio ao petista.
Eleições
Além da participação em atos, Armínio Fraga contribuiu financeiramente para campanhas partidárias neste ano. No ranking da Justiça Eleitoral, ele ocupa a 17° posição e injetou mais de R$ 1,6 milhão.
Nem todos seus escolhidos foram eleitos, como os candidatos a governo e ao Senado no Rio, Marcelo Freixo e Alessandro Molon, respectivamente. Entretanto, Tabata Amaral (PSB) se reelegeu deputada federal por São Paulo.