Veja o que eleitores mais buscam no Google sobre os presidenciáveis
Plataforma elencou termos mais pesquisados pelos brasileiros em relação a candidatos nas eleições 2022. Veja lista e respostas às questões
atualizado
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Embates entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), publicações com informações falsas, quem são os maridos e as esposas dos presidenciáveis, cenas de sabatinas e debates. A menos de 30 dias das eleições 2022, esses são alguns dos assuntos mais buscados no Google sobre os candidatos à Presidência da República.
O Metrópoles acompanhou, ao longo desta semana, o que os eleitores mais procuraram na plataforma de buscas, com relação aos quatro presidenciáveis na liderança das pesquisas: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Embora introduza uma série de variáveis na equação, o Google pode servir, além de uma ferramenta de verificação de informações — inclusive, com uma aba específica para checagem de conteúdos —, como uma espécie de termômetro sobre os assuntos que mobilizam eleitores nas redes.
Veja abaixo as questões pesquisadas pelos brasileiros em relação a cada candidato. O levantamento utiliza como base a aba da ferramenta Google Trends focada nas eleições 2022.
A lista traz informações sobre os conteúdos principais, ou seja, os termos mais buscados em números absolutos, e sobre os assuntos em ascensão: aqueles que apresentaram um aumento repentino nos últimos sete dias.
Lula (PT)
Em termos absolutos, o termo “Lula” alcançou o pico dos últimos sete dias no domingo (28/8), durante o debate presidencial promovido pela TV Band. A mesma explosão de buscas pelo nome foi observada com relação aos quatro candidatos.
Dentro do espectro da polarização, os brasileiros buscaram conteúdos referentes ao embate entre Lula e Bolsonaro; em especial, quem se saiu melhor no debate e os resultados das pesquisas.
As questões sobre o ex-presidente incluem também a idade de Lula; a relação entre ele e o pedetista Ciro Gomes; e as aparições do candidato na mídia — tanto no debate, quanto na sabatina promovida pelo Jornal Nacional.
Dentro do recorte das pesquisas que apresentaram um aumento vertiginoso em pouco tempo, no caso do petista, a maior parte delas diz respeito a fake news disparadas nas redes sociais.
- Ipec x Instituto Lula
A consulta com maior crescimento refere-se ao endereço do Instituto Lula. As buscas atingiram o ápice na quinta-feira (1º/9), após o youtuber bolsonarista Gustavo Gayer divulgar informações incorretas, já desmentidas pelas agências de checagem, de que o Ipec (instituto de pesquisas criado pelos diretores do antigo Ibope) funciona dentro da organização fundada pelo candidato.
Apoiadores do atual presidente estariam procurando o endereço para bater na porta do local com o objetivo de “investigar” a forma como os levantamentos são feitos. Na última pesquisa do Ipec, Lula marcou 44%, e Bolsonaro, 32%.
- Montagem com Suzane von Richthofen
Outro tema que surgiu nas pesquisas liga o candidato a Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, em 2002. Uma montagem inverídica, com quatro fotos dos dois, passou a circular nas redes. O rosto de Suzane, na verdade, foi inserido sobre o da jornalista Patrícia Lélis.
- Candidatura rejeitada
O termo “Lula fora das eleições” teve um aumento de 4.600% nas buscas nesta semana, após circular uma notícia falsa de que o petista teve a candidatura rejeitada.
Na publicação falsa, consta uma chamada do plantão da TV Globo, em que a repórter Renata Lo Prete noticia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria para cassar o registro do candidato. O vídeo, na verdade, foi transmitido em agosto de 2018.
Os termos “plantão da Globo”, com crescimento de 2.500% nas buscas, e “julgamento Lula TSE”, com acréscimo de 3.450%, também aparecem no topo pelo mesmo motivo. O nome do ministro Admar Gonzaga, também da Corte Eleitoral, foi bastante procurado. Ele é o responsável pela decisão de 2018.
Jair Bolsonaro (PL)
No caso do atual chefe do Executivo federal, entre as principais pesquisas — além dos mesmos conteúdos polarizados que ligam o atual presidente à Lula —, constam questionamentos sobre a identificação do candidato nas urnas este ano. Em 2018, Bolsonaro era do partido Partido Social Liberal (PSL), com o número 17. Atualmente, ele está filiado ao Partido Liberal (PL), e registrado sob o número 22.
Na segunda quinzena de agosto, a hashtag #É17 ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter, com mais de 58 mil tuítes sobre o tema. Em tom de ironia, internautas sugeriram que os eleitores do candidato apertassem o antigo número do postulante à reeleição. Foram mais de 60,1 mil posts sobre o assunto.
Os eleitores também realizam buscas para ter acesso a pesquisas em que o candidato aparece à frente da disputa, e para assistir à participação do mandatário brasileiro no debate da Band e na sabatina do Jornal Nacional.
- Propriedades de Bolsonaro
Tanto nos assuntos principais quanto nos temas em ascensão, os brasileiros querem entender a polêmica envolvendo Bolsonaro e a compra imóveis negociados em dinheiro vivo, desde a década de 1990, pelo presidente e por parentes dele.
Desde a década de 1990 até hoje, 107 imóveis foram negociados por Bolsonaro e por cinco irmãos, três filhos, a mãe e duas ex-mulheres do mandatário. O uso de dinheiro vivo ocorreu em pelo menos 51 transações, segundo informações levantadas pelo site Uol e reiteradas por declarações dos familiares dele.
O assunto aparece nos termos principais, com o termo “Bolsonaro imóveis”, e nos assuntos em ascensão, com a pesquisa “Bolsonaro dinheiro vivo”.
- Vera Magalhães
O nome da jornalista associado ao candidato virou assunto na internet após a declaração, em tom violento, proferida por Bolsonaro durante o debate da Band, no domingo (28/8). Quando Vera questionou Bolsonaro sobre a queda da cobertura vacinal por conta das informações divulgadas por ele, o candidato rebateu com ataques.
“Vera, não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.”
- Domínio perdido
Nesta semana, o domínio do site www.jairbolsonaro.com.br viralizou após um novo comprador passar a divulgar críticas ao presidente e imagens que o comparam a Adolf Hitler. Na manhã de quinta-feira (1º/9), a página na web foi retirada do ar.
- Caso Ceci Cunha
Outro assunto que rendeu, após a última discussão entre presidenciáveis promovida pela TV Band, é o caso do assassinato da deputada federal Ceci Cunha, em 1998, em Maceió (AL). Após o caso ser citado pela candidata do MDB, Simone Tebet, os eleitores buscaram o nome da vítima, associado ao do presidente, para entender o ocorrido.
Tebet destacou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), à época deputado federal, votou contra a cassação do mandante do crime, o ex-deputado Talvane Albuquerque, condenado a 103 anos de prisão. O atual chefe do Executivo federal foi o único parlamentar a usar a tribuna para defender o mandato do acusado.
Ciro Gomes (PDT)
O nome do candidato Ciro Gomes aparece associado a um número menor de temáticas polêmicas. No caso do pedetista, os eleitores querem saber, além da performance dele em sabatinas e debates — como na CNN, RedeTV e na Globo —, quem é a esposa dele.
Menos atuante que Janja e Michelle Bolsonaro na campanha presidencial, Giselle Bezerra é casada com Ciro desde as eleições de 2018 e apresenta as lives do candidato nas redes sociais.
O nome do pedetista é associado a outros candidatos, como Soraya Thronicke (União) e Felipe D’Ávila (Novo). Os eleitores também querem saber o que Ciro Gomes acha do sigilo de 100 anos, imposto pelo presidente Bolsonaro, e sobre o orçamento secreto. A fala dele no domingo, que rebateu Lula sobre a viagem à Paris, também repercutiu nas pesquisas, com aumento superior a 800%.
- Caso Patrícia Pillar
Outro nome associado ao presidenciável, a atriz e ex-esposa dele, Patrícia Pillar, saiu em defesa do pedetista após uma fala polêmica. Também no debate, Jair Bolsonaro relembrou uma derrapada de Ciro durante a campanha presidencial de 2002, quando o candidato afirmou que a esposa tinha um papel importante em sua campanha, “porque dormia com ele”.
Nas redes sociais, a atriz pediu que as pessoas “parem de falar por ela” e ressaltou que nunca foi agredida por Ciro, notícia que circulou na época.
Simone Tebet (MDB)
As buscas relacionadas à senadora do Mato Grosso do Sul, que é menos conhecida pela maior parcela do eleitorado brasileiro, envolvem temas pessoais: quem ela é; de qual estado foi senadora; a idade dela; o partido da candidata; e em que município ela cumpriu o mandato como prefeita.
Os eleitores também querem entender qual a ligação entre Tebet e Soraya Thronicke, após elas revelarem, durante o debate presidencial, que já foram professora e aluna; e a relação entre ela e os candidatos Ciro, Bolsonaro e Lula.
Também viralizou nas redes um meme que mostra suposta semelhança entre Simone e o vilão de um filme. Por fim, os brasileiros querem entender qual a ligação entre Simone Tebet e Ricardo Salles. A emedebista é herdeira de latifundiários no estado em que nasceu, e é conhecida por ligações com o agronegócio e pelo alinhamento à bancada ruralista.