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Último debate em SP tem Haddad mais agressivo e Tarcísio na defensiva

Tarcísio e Haddad fizeram o último debate da eleição para o governo de São Paulo, na noite desta quinta-feira (27/10), na TV Globo

atualizado

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Reprodução/TV Globo
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1 de 1 debate tv globo 2 - Foto: Reprodução/TV Globo

O último debate entre os candidatos ao Governo de São Paulo, realizado pela TV Globo na noite desta quinta-feira (27/10), foi marcado por uma postura mais agressiva do ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Ele aparece atrás nas pesquisas e provocou inúmeras vezes o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) pelo fato de ele ser de fora do estado e explorou o polêmico episódio envolvendo o tiroteio na favela de Paraisópolis.

No momento mais quente do debate, Haddad perguntou a Tarcísio se ele concordava com a conduta de um integrante da campanha dele que mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar trechos da filmagem do tiroteio que resultou na morte de um suspeito durante uma agenda do candidato na comunidade da zona sul paulistana. Tarcísio acusou o adversário de fazer “sensacionalismo barato” com um caso sério. “Que papelão, Haddad”, disse.

“É muito fácil julgar uma pessoa que está lá sob forte emoção, agiu de boa-fé. A gente pegou o cara que estava lá [em Paraisópolis], não tinha como voltar, não saímos de lá enquanto a gente não tivesse colocado todo mundo em segurança. Qual a razão de levar a pessoa?”, questionou Tarcísio.

O ex-ministro da Infraestrutura também colocou na berlinda a razão para esconder algum tipo de informação. “Com as câmeras do comércio local, tem a câmera da PM e de outros três ou quatro veículos de comunicação: o que você acha que a gente quer esconder?”, perguntou.

O candidato petista reagiu dizendo que os especialistas em segurança criticaram a ação porque ela “compromete a investigação” e que Tarcísio deveria ter condenado a conduta do aliado. “Não se destrói provas, não se destrói evidências”, afirmou Haddad, que terminou o primeiro turno sete pontos atrás do adversário – 42,32% a 35,7%.

Haddad aproveitou o episódio para atacar a proposta do rival de retirar as câmeras das fardas dos PMs, e insinuar que ele quer implantar em São Paulo o modelo de segurança pública adotado no Rio de Janeiro. “Destruição de material, meu querido, só com autorização de juiz. Aqui não é o Rio de Janeiro”, disse Haddad.

Veja vídeo:

Sem raízes e Cracolândia

Em várias oportunidades, Haddad enfatizou que Tarcísio “não tem raízes aqui” e que “tem um apart hotel alugado por seis meses” na capital porque se perder a eleição “vai embora”. O petista lembrou ainda que o ex-ministro decidiu apenas “na última hora” ser candidato a governador de São Paulo, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Ia ser senador em Goiás”, afirmou Haddad, que ainda criticou Tarcísio por ter indicado nomes de secretários antes de ser eleito. “Um pouco de respeito pela nossa terra, você está chegando agora”.

Tarcísio, por sua vez, contra-atacou o adversário elencando promessas não cumpridas por Haddad quando ele foi prefeito de São Paulo, entre 2013 e 2016. Citou metas não atingidas em entregas de moradias populares, escolas e hospitais. E bateu ainda mais forte na política de redução de danos adotada pelo petista com usuários de drogas na Cracolândia, no centro da capital. “Bolsa Crack. Esse é o resultado do seu governo, fracassado na política de enfrentamento da Cracolândia”, apontou o ex-ministro da Infraestrutura.

Fake news

Logo no início de sua participação, no primeiro bloco, o candidato do Republicanos afirmou que era preciso “reestabelecer a verdade” porque “está sendo bombardeado com fake news, notícias falsas, desinformação”. Rebateu não apenas a propaganda que seu adversário exibiu na TV, mas também os ataques feitos pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governo Bolsonaro.

Tarcísio disse que, ao contrário do que dizem as campanhas do PT, ele “não vai aumentar a conta de água” com a privatização da Sabesp e nem acabar com a Secretaria da Segurança Pública, e que Bolsonaro “vai dar aumento real no salário mínimo”, “vai manter o Auxílio Brasil em R$ 600” e “não vai acabar com o 13º”. “O ministro Paulo Guedes e o presidente Bolsonaro já colocaram de maneira muito enfática que o salário mínimo vai ter aumento real”, disse.

Nacionalizado

Assim como já havia ocorrido no primeiro debate do segundo turno, na TV Bandeirantes, Tarcísio e Haddad também nacionalizaram muitos dos embates na Globo. Ambos travaram um duelo sobre a atuação do governo Bolsonaro na crise de falta de oxigênio em Manaus, durante a pandemia da Covid-19, e até sobre a proposta do governo federal de lançar crédito consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil.

O ex-ministro bolsonarista afirmou que o governo do PT deixou “14 mil obras do PAC paralisadas” e que preferiu enviar dinheiro para a construção do Porto de Mariel em Cuba e para o Metrô de Caracas. “Obras para os companheiros ditadores da Venezuela e de Cuba”, disse Tarcísio, reproduzindo um dos pontos explorados pela campanha de Bolsonaro contra Lula.

Em outro trecho, Tarcísio disse que enquanto os ex-ministros bolsonaristas se elegerem deputados e senadores nas eleições deste ano, os ex-ministros dos governos do PT viraram “presidiários”.

Já quando Haddad insistiu em pontos mais sensíveis para a campanha de Bolsonaro, como as declarações de Paulo Guedes sobre salário mínimo e até o episódio envolvendo os disparos feitos pelo agora ex-aliado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais, Tarcísio retrucou com uma provocação ao petista.

“Você tem uma fixação de falar de governo federal, falar do presidente Bolsonaro que eu acho que você deveria disputar de novo a Presidência da República. Você disputou em 2018, não foi bem-sucedido, perdeu para o presidente Bolsonaro, mas me parece que não se acostumou com a ideia. Então, de candidato para candidato do governo de São Paulo: supera, Haddad, supera.”

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