“Tentaram criar um atentado fake”, diz Randolfe sobre tiroteio em SP
Candidato ao governo, Tarcísio de Freitas teve a agenda interrompida por um tiroteio na manhã desta segunda-feira em Paraisópolis (SP)
atualizado
Compartilhar notícia
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse nesta segunda-feira (17/10) que o tiroteio que aconteceu em Paraisópolis hoje e interrompeu a agenda do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (PL) foi usado para a narrativa de um “atentado”. Tarcísio participava da inauguração do primeiro Polo Universitário de Paraisópolis, fruto de parceria entre o Centro Universitário Ítalo-Brasileiro e a Casa Belezinha Brasil. O ex-ministro afirmou, nas redes sociais, que foi “atacado por criminosos” e que um dos suspeitos foi baleado.
Segundo Rodrigues, a ultilização do termo “atentado” foi errônea.
“Tentaram criar um atentado fake lá [em São Paulo]. Mais fake que isso não existe. O cara estava num bairro o tiroteio foi no outro e aí começaram a a divulgar que ele tinha sofrido atentado”, disse Randolfe, que integra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Concorrente do petista Fernando Haddad na disputa do segundo turno, o ex-ministro da Infraestrutura do presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em um andar inferior do prédio onde funciona o projeto. Depois que o tiroteio começou, todos que se encontravam no local subiram para o terceiro andar e se abaixaram. Ninguém se feriu. Alguns minutos depois, Tarcísio deixou a comunidade escoltado em uma van.
Pelo combate às fake news em período eleitoral, os parlamentares se reuniram com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, nesta segunda. Na conversa, os aliados de Lula cobraram do TSE uma fiscalização mais dura das notícias falsas divulgadas na campanha. Os dois lados têm sido acusados de espalhar informações inverídicas.
Entre os presentes da campanha do ex-presidente, estavam os seguintes parlamentares: senador Randolfe Rodrigues; presidente e vice-presidente do PT, deputados Gleisi Hoffmann e Marcio Macedo; deputados Reginaldo Lopes (PT-MG), Paulo Teixeira (PT-SP), Ruy Falcão (PT-SP), Maria do Rosário (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB – RJ) e o presidente do PDT, Carlos Lupi.
“Nós temos duas semanas pra salvar a democracia brasileira. É muito importante que a sociedade brasileira esteja atenta ao que pode acontecer nessa reta final da campanha da disseminação dos fake news, de mentiras, que podem interferir no processo eleitoral do dia trinta. Também é fundamental que, sobretudo, as últimas 72h horas sejam de vigilância da sociedade pra não permitir que a vontade do povo fique a mercê de fake news e da mentira”, disse Randolfe.
PL das Pesquisas
O grupo também afirmou que repudia a atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em pautar a urgência para votar PL que criminaliza erro em pesquisas. O requerimento entrou na pauta dos deputados para terça-feira (18/10).
“As pesquisas acertaram. O que ela não acertou foi a enxurrada de submundo da indústria de fake news que eles produzem. Isso alterou o resultado do Bolsonaro. Eles querem desacreditar, nas vésperas das eleições, todas as pesquisas que apontam a vitória do presidente Lula. Portanto, também quero aqui também repudiar a tentativa de faltando duas semanas para o processo eleitoral tentar colocar urgência em projeto que não será votado. Eles querem tentar justificar a indústria de fake news de que eles vão trabalhar durante esses últimos dias pra tentar alterar o resultado eleitoral”, disse Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara.
O projeto referido é o PL 2.567/2022, que visa punir os institutos de pesquisas eleitorais que divulgarem dados com números divergentes, acima da margem de erro, dos resultados oficiais das eleições. Se aprovada, a manobra permitirá que os deputados votem a proposta já de imediato em plenário, pulando etapas de tramitação em comissões temáticas da casa.
De autoria do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), a matéria estipula reclusão de 4 a 10 anos, além de multa, aos responsáveis pelas pesquisas que publicarem resultados diferentes na quinzena anterior ao pleito eleitoral. A proposta foi costurada pelo governista após os resultados das eleições gerais no primeiro turno.