Tarcísio considera “lamentável” episódio envolvendo Roberto Jefferson

Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos, considerou o episódio envolvendo Roberto Jefferson ” lamentável em todas as dimensões” e disse ainda o petebista estava em uma situação de irregularidade no que tange a posse de armas em sua residência. “A gente não pode comparar quem está dentro da lei com quem está fora da lei”, disse o candidato ao Palácio dos Bandeirantes à Rádio Eldorado e ao Estadão nesta terça-feira (23/10). 

“É absolutamente lamentável em todas as dimensões. Não se pode atacar uma ministra [do Supremo Tribunal Federal], não se pode atacar uma autoridade e pela reação à ordem de prisão. Quem ataca a polícia é bandido”, declarou Tarcísio. 

Tarcísio fez referência aos ataques do ex-deputado federal e presidente de honra do PTB, Roberto Jefferson, que atacou a ministra do STF Cármen Lúcia e reagiu de forma violenta contra seu mandado de prisão. Ele atirou contra a Polícia Federal (PF) no último domingo, mas acabou sendo preso. 

Ele estava sob custódia no presídio de Benfica e foi transferido para Bangu, no Rio de Janeiro. 

Privatização da Sabesp 

Tarcísio foi questionado sobre a possibilidade de privatização da Sabesp. “Enxergo na privatização um caminho para a melhora e barateamento dos serviços”, disse. Mas, segundo ele, isso será analisado antes de uma decisão. 

Entretanto, ele se coloca a favor das privatizações “ao contrário do PT e do candidato Fernando Haddad que prega o aparelhamento do estado”. O candidato não rechaçou manter a Sabesp estatal, se após a análise, os serviços se mostrarem mais eficientes pelo estado. 

Neste segundo turno, com a alta adesão de partidos em volta da candidatura de Tarcísio, o ex-ministro de Infraestrutura foi questionado sobre a oferta de cargos e secretárias, caso vença a disputa contra Fernando Haddad (PT). 

“Toda vez que a gente fez uma aliança com partido, que a gente sentou com partido à mesa, a gente discutiu propostas, sempre no campo programático. Eu deixei bem claro ‘não estou oferecendo cargos para ninguém’, mas isso quer dizer que eu possa acolher uma indicação?”, disse. 

“Depende, desde que aquela indicação tenha densidade técnica, conhecimento de causa, do assunto. E do ponto de vista da integridade, não tenha nenhuma mácula”, completou. 

Tradicionalmente, a secretaria dos Transportes de São Paulo é ocupada pelo União Brasil – antigo Democratas. Tarcísio foi questionado sobre esses arranjos regionais partidários. “É uma área que eu tenho afinidade [transportes] e a tendência é que eu traga alguém que trabalhou comigo, que seja de São Paulo”, declarou. 

Moradia de interesse social

O candidato do Republicanos também propôs o aluguel social, sendo uma etapa anterior à entrega de moradias, como parte de um amplo pacote de habitação. “Vir com um programa forte de assistência social para promover a reinserção dessa pessoa no mercado de trabalho, mas no primeiro momento, abrigar pessoas no aluguel social”, declarou. 

Ele foi questionado sobre os “números elevados”, como os 500 mil atendimentos em quatro anos e 200 mil moradias, sendo as PPPs uma forma de financiamento desse programa. “É um programa ousado, mas o problema é grave e não se resolve sem ousadia”, disse. 

Tarcísio ainda citou alianças com o governo federal por meio dos programas de moradia como o Casa Verde e Amarela ou Minha Casa, Minha Vida. “Temos condição de chegar a 50 mil ou 60 mil casas no estado de São Paulo”, disse. 

Questionado sobre a possível não reeleição de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio rebateu: “Não. Moradia é uma pauta do outro candidato [Luiz Inácio Lula da Silva (PT)]. E tenho certeza que ele olharia para os interesses do estado”, disse.