Tarcísio buscará negociar com partidos aliados a Garcia por apoio na Alesp
Governador eleito vai abrir espaço no governo para partidos que só o apoiaram no segundo turno em busca de base de apoio ampla
atualizado
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O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai abrir espaço em sua gestão aos partidos que só o apoiaram no segundo turno para evitar o surgimento de um “Centrão paulista” na Assembleia Legislativa (Alesp) e garantir uma base ampla para aprovar projetos de interesse do Executivo.
Seis partidos que integravam a coligação do governador Rodrigo Garcia (PSDB) aderiram à campanha de Tarcísio após a derrota do tucano no primeiro turno e vão negociar com o próximo chefe do Palácio dos Bandeirantes a manutenção de parte dos cargos que já possuem no governo.
O maior deles é o próprio PSDB, que comanda o estado há 28 anos e ocupa as principais secretarias. O partido teve seu pior desempenho eleitoral em décadas e elegeu apenas nove deputados estaduais. Ainda assim, é a maior bancada entre as legendas de centro que estavam na coligação de Garcia e migraram para Tarcísio.
Em seguida aparece o União Brasil, com oito deputados eleitos, que domina toda a área de transportes do governo. O MDB e o Podemos, com quatro parlamentares eleitos cada, comandam hoje as pastas de Agricultura e Esportes, respectivamente. O bloco ainda tem o Progressistas, com três deputados, e o Cidadania, com dois.
Juntos, os seis partidos que apoiaram Tarcísio no segundo turno somam 30 cadeiras na próxima legislatura.
A coligação de Tarcísio, formada por seis partidos, elegeu outros 33 deputados estaduais. A maioria (19) é do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro e padrinho político do ex-ministro. Já o Republicanos fez oito cadeiras, seguido pelo PSD do vice-g0vernador eleito Felício Ramuth, com quatro. O PSC assegurou outras duas cadeiras.
Caso consiga amarrar todos os apoios que deseja, Tarcísio terá uma base de pelo menos 63 deputados. Há ainda um parlamentar eleito pelo Novo, que lançou candidato próprio e apoiou o governador eleito no segundo turno.
O sucesso dessa negociação renderia ao ex-ministro de Bolsonaro uma maioria confortável na Assembleia Legislativa, composta por 94 parlamentares. Para aprovar projetos é preciso ter, no mínimo, 48 votos.
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, Tarcísio afirmou nesta segunda-feira (31/10) que os partidos que o apoiaram na campanha “vão ter participação”, mas disse que a adesão foi uma “aliança programática”, que não envolveu loteamento de cargos nas secretarias. “Esse tipo de conversa nunca houve”, afirmou.
Oposição
A oposição ao futuro governo Tarcísio tem como certa uma bancada de pelo menos 23 deputados, sendo 18 eleitos pelo PT de Fernando Haddad e cinco pelo Psol, que também integrou a coligação do candidato petista derrotado por 55,3% a 44,7%. Rede, Solidariedade e PDT, que estavam com Haddad no segundo turno, elegeram um deputado cada e também devem fazer oposição ao governador eleito.