Simone Tebet defende teto de gastos: “Única âncora fiscal que sobrou”
Em sabatina nesta quinta (25), candidata defendeu a regra e disse que o orçamento secreto pode ser “maior esquema de corrupção do planeta”
atualizado
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A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, defendeu a importância de manter o teto de gastos. Durante sabatina de O Globo, CBN e Valor Econômico, nesta quinta-feira (25/8), a senadora reforçou a medida sob o argumento de que ela é a “única âncora fiscal que sobrou”, apesar de admitir a necessidade de aprimoramento.
“Eu estou dentro do Congresso há sete anos, mas garanto a vocês que, se não fosse o teto, mesmo ele sendo completamente furado, o orçamento secreto não seria só de R$ 19 bilhões, seria muito mais que isso. Ele é a única âncora fiscal que sobrou. Precisa ser melhorada, pode ser aprimorada, sim, mas é a âncora que nós temos”, frisou.
Apesar de o projeto manter a determinação, ela entende que eventual gestão no ano que vem “precisará flexibilizar um pouco o poder de manobra”. Tebet afirmou, ainda, que pretende retirar da regra os investimentos em ciência e tecnologia, destinando maior verba para o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Mas, com uma reforma tributária aprovada nos seis primeiros meses, a gente já consegue garantir esse crescimento do Brasil. O teto de gastos tem que ficar, ainda com algumas alterações”, assinalou.
Nas palavras da emedebista, o orçamento secreto pode ser “o maior esquema de corrupção do planeta Terra, maior que o petrolão do governo do PT”.
Tebet é crítica feroz da emenda, na qual é identificado o órgão orçamentário, mas não o parlamentar. Assim, um deputado pode destinar dinheiro para sua base de forma oculta em troca de apoio ao governo. A senadora promete, caso eleita, dar total transparência às chamadas emendas de relator.
“A gente exige que todos os ministros de Estado garantam transparência e coloquem no portal da transparência de onde veio o dinheiro, para onde está indo, para quê, e quem é que solicitou. Da mesma forma, precisamos dar transparência ao cartão corporativo”, concluiu.
“Bolsonaro e Lula sem coragem”
Tebet também falou sobre a ausência dos candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sabatina. Para ela, ambos não têm coragem de enfrentar as perguntas.
“Quero apresentar propostas reais e acabar com essa polarização que está levando o Brasil para um populismo. Os dois que mais pontuam não estão tendo coragem de se apresentar o Brasil porque não têm proposta. Eles têm projeto de poder, não de país”, falou.
Mesmo aparecendo longe de Lula e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, Simone Tebet afirmou acreditar haver espaço para uma candidatura fora do atual cenário polarizado.
“Um terço do eleitor ainda não fez sua escolha. Essa é uma campanha curta, mas é uma campanha sim polarizada. Estamos com medo votando em um para não ter o outro. É uma campanha do ódio, da segregação, da polarização e do extremismo. Uma campanha hoje em que os dois mais rejeitados se despontam e é ai que nós vamos nos apresentar”, completou.
Golpe em caso de derrota
Tebet afirmou que não acredita na possibilidade de um golpe por parte de Bolsonaro, caso ele perca nas eleições.
“Todos nós temos que cumprir a Constituição, fizemos um juramento quando entramos na vida pública. Eu estou pronta para isso, sou escudo em qualquer momento. Ninguém mais vai fechar o Congresso Nacional, ninguém mais vai fechar a casa mais democrática do Brasil, caixa de ressonância da população brasileira. Eu acredito nas instituições, que elas estão fortes”, pontuou.