Sem 3ª via, Ciro Nogueira aposta em 2º turno entre Lula e Bolsonaro
Ministro-chefe da Casa Civil disse que o vice de Bolsonaro será definido em abril e defendeu que nome não traga “inseguranças e conflitos”
atualizado
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O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse nesta terça-feira (11/1) que aposta em um segundo turno nas eleições de 2022 entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Nogueira, que é presidente licenciado do PP, afirmou que pesquisas indicam que essas são as duas candidaturas consolidadas e não há espaço para uma terceira via no cenário atual.
“Nós temos um cenário eleitoral muito consolidado com uma disputa entre o Partido dos Trabalhadores e o presidente Bolsonaro”, disse o ministro em entrevista à Jovem Pan.
“A terceira via poderia até ter uma viabilidade no nosso país se tivesse uma união, mas, com essa fragmentação que acontece hoje, com dois candidatos que tem aí um piso de um terço do eleitorado, não vejo possibilidade nenhuma de não ter Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula no segundo turno”, continuou.
Ciro Nogueira admitiu ainda que em torno de 10 ministros devem deixar seus cargos seis meses antes das eleições para disputar cargos eletivos.
O líder de uma das maiores legendas do Centrão está no governo desde agosto de 2021. Ex-aliado de Lula, ele disse que não deve se candidatar ao governo do Piauí neste ano para ficar no governo Bolsonaro até o fim do atual mandato.
Vice de Bolsonaro
A respeito do candidato a vice de Bolsonaro, Ciro Nogueira adiantou que a definição deve sair em abril. O chefe do Executivo federal já sinalizou que não pretende manter Hamilton Mourão (PRTB) como vice em um eventual segundo mandato.
Entre os nomes atualmente cotados para o posto, estão os do ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto, e da ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Nogueira classificou os dois como “grandes nomes”, mas disse que nenhum convite foi feito até o momento.
“Eu defendo que a pessoa que seja escolhida pelo presidente seja uma pessoa de extrema confiança, que dê tranquilidade para o presidente e não seja uma pessoa que venha trazer inseguranças e conflitos no futuro governo”, afirmou. “Essa escolha nós iremos fazer lá para o mês de abril.”
Após a filiação de Bolsonaro ao PL, em novembro, foi acordado que o vice viria do PP. No entanto, Bolsonaro tem resistido a ter um vice indicado pelo Centrão. Na visão dele, um vice indicado pelo bloco seria demasiadamente difícil de ser digerido por sua base mais fiel.