Rusga com igreja mina permanência de Tarcísio no Republicanos após eleição
Candidato bolsonarista ao governo de São Paulo recusou convite para agenda na Igreja Universal após ter porta fechada no primeiro turno
atualizado
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Apesar do amplo apoio evangélico recebido na campanha ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas mantém uma relação estremecida justamente com a igreja que controla seu partido, a ponto de sua saída do Republicanos ser considerada questão de tempo depois da eleição. O ex-ministro bolsonarista é o favorito na disputa contra Fernando Haddad (PT) no segundo turno, dia 30 de outubro.
A rusga com a Igreja Universal do Reino de Deus permeia toda a campanha. Logo no início, Tarcísio procurou ajuda das lideranças comandadas pelo bispo Edir Macedo, mas foi frustrado pela atuação do presidente do partido, Marcos Pereira. O deputado e bispo licenciado preferiu manter um distanciamento da igreja em relação à campanha do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) para não contaminar outras relações políticas da Universal.
Depois da surpreendente vitória de Tarcísio no primeiro turno, desbancando o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e abrindo 7 pontos sobre Haddad, foi a Igreja Universal quem propõs um encontro com Tarcísio na campanha, e ouviu um não como resposta. Segundo um aliado, o ex-ministro disse que não precisou da igreja para chegar ao segundo turno e que uma ida ao tempo da Universal agora geraria uma “dívida política” que não existe.
Apesar do afastamento da Universal, Tarcísio não abriu mão de frenquentar cultos evangélicos e realizar encontros com outros líderes religiosos na campanha. O ex-ministro estreou no figurino de pré-candidato a governador, em abril, com um encontro com pastores da Assembleia de Deus na capital paulista. A igreja é comandada pelo pastor José Wellington, que tem filhos parlamentares pelo PSD e PL, ambos da coligação de Tarcísio.
As duas legendas sáo apontadas como eventual destino do ex-ministro, caso ele vença a eleição. Nos bastidores, a aposta maior é no PSD de Gilberto Kassab, que virou homem forte da campanha e tem sido muito mais ouvido pelo candidato do Republicanos do que o próprio presidente do partido dele. No início do ano, Bolsonaro já havia tentado lançar Tarcísio pelo PL, mas o ex-ministro preferiu o Republicanos à legenda comandada por Valdemar Costa Neto.
Além da Assembleia de Deus, Tarcísio já esteve como candidato em ao menos cinco outras igrejas, incluindo a polêmica participação ao lado de Bolsonaro na missa do Santurário de Aparecida, no dia 12 de outubro. No sábado (22/10), ele acompanhou o presidente em um encontro com pastores de pequenas igrejas da pefiferia da capital e, neste domingo (23/10), visitará a Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, cujo número de seguidores não chega à metade do número de fiéis da Igreja Universal.