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Risco de “bolas divididas” em palanques duplos preocupa Bolsonaro

Em ao menos 15 estados e no DF há mais de um candidato disputando o voto do eleitorado bolsonarista, o que pode abrir espaço para rivais

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1 de 1 Ilustração—Bolsonaro-equilibrando-pratos–(1) - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

A poucos meses do prazo para definição formal de candidaturas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já tem sinalizações de palanques em todos os 26 estados e no Distrito Federal. No entanto, ele enfrenta o desafio de compatibilizar nomes em locais em que mais de um aliado pretende disputar a cadeira de governador.

Se por um lado os palanques duplicados podem servir a Bolsonaro, por outro podem levá-lo a entrar em bolas divididas. Até o início oficial da campanha, em agosto, haverá tratativas para afunilar a disputa.

O lançamento de dois ou mais representantes de um mesmo grupo político também abre espaço para o avanço de aspirantes da esquerda. Diferentemente de 2018, a campanha eleitoral de Bolsonaro à reeleição será profissionalizada e buscará estratégias tradicionais para fazer frente à candidatura competitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que hoje aparece à frente nas pesquisas de intenção de voto.

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Os palanques estaduais são importantes porque aumentam a capilaridade dos postulantes, em especial nos estados onde são menos conhecidos ou em que têm menor percentual de votos. Candidatos a governador fornecem estrutura para os presidenciáveis e possuem mais popularidade do que aspirantes a cargos no Legislativo.

Segundo levantamento do Metrópoles, se os nomes hoje colocados oficializarem a candidatura em agosto, em ao menos 15 estados e no DF Bolsonaro terá que se dividir: Acre, Amapá, Amazonas, DF, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

O caso mais emblemático é o do Rio Grande do Sul, onde o hoje ministro Onyx Lorenzoni (recém filiado ao PL) deve disputar com o senador Luis Carlos Heinze (PP) a mesma fatia do eleitorado. Até o momento, nenhum dos dois indicou recuo na decisão de concorrer ao Palácio Piratini.

Em Minas Gerais, o atual governador, Romeu Zema (Novo), figura próxima de Bolsonaro, vai concorrer à reeleição. Ele deve disputar a preferência do eleitor com o hoje senador Carlos Viana (MDB), que é vice-líder do governo no Senado.

Nesses contextos, caso as candidaturas se consolidem, o titular do Palácio do Planalto deve evitar declarações públicas de apoio em primeiro turno e torcer para um eventual segundo turno com um dos aliados, quando, aí sim, poderá declarar apoio sem causar intrigas.

Imbróglios partidários

Em outros estados, a situação se complica porque o partido de Bolsonaro, o PL, já possui nomes colocados e não deve abrir mão deles. No Piauí, por exemplo, a sigla vai lançar Major Diego Melo ao governo. O imbróglio fica por conta do envolvimento do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, na disputa. Ex-esposa de Nogueira, Iracema Portella (PP) será vice de outro postulante: Silvio Mendes (União Brasil).

No Maranhão, Bolsonaro resiste a apoiar seu correligionário Josimar de Maranhãozinho após envolvimento recente com denúncias de corrupção. Há uma preocupação de que o caso respingue sobre ele. O pré-candidato do PTB ao governo maranhense, Lahésio Bonfim, tem mais simpatia do presidente.

No Espírito Santo, Carlos Manato caminha para ser o candidato do PL. Ele, porém, disputa a preferência bolsonarista com o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, do Republicanos, partido que deve compor a coligação presidencial de Bolsonaro.

No Paraná, Bolsonaro é próximo do atual incumbente, Ratinho Júnior (PSD). O deputado federal Filipe Barros (União Brasil), da sua base na Câmara, também pretende lançar seu nome.

No Norte, Bolsonaro pode ter palanque duplo em Rondônia, onde o atual governador, Coronel Marcos Rocha (Patriota) pretende disputar a reeleição. Ao mesmo tempo, o senador Marcos Rogério — que ficou especialmente conhecido pela defesa enfática do governo na CPI da Covid — se filiou ao PL para disputar a cadeira.

Estados que deram altos percentuais de votação a Bolsonaro em 2018, como Acre e Santa Catarina, também têm uma multiplicidade de nomes. No Acre, Gladson Cameli (PP) e Sérgio Petecão (PSD) podem brigar pelo apoio de Bolsonaro. Já no estado sulista, Jorginho Mello (PL) quer ser o postulante oficial, mas Esperidião Amin (PP) e João Rodrigues (PSD) correm por fora.

As indicações oficiais dos candidatos serão feitas entre 20 de julho e 5 de agosto, prazo limite para os partidos e coligações escolherem seus representantes. Até lá, há tempo para afunilar a quantidade de nomes e compatibilizar divergências.

Veja abaixo quais devem ser os bolsonaristas nas disputas pelos governos estaduais:

 

Governadores também se dividem em apoio

Outra situação que pode ocorrer é um candidato a governador fazer campanha para mais de um candidato à Presidência. Foi o que ocorreu em 2018 com João Doria (PSDB), então candidato a governador, que pregou o voto “BolsoDoria”, em desalinho ao projeto de seu partido, que tinha Geraldo Alckmin na disputa.

Este ano, o governador Ratinho Júnior deverá se equilibrar entre Bolsonaro e Sergio Moro (Podemos). Em Minas, Zema também pode ficar em uma corda bamba, visto que seu partido, o Novo, indicou que pretende lançar Luiz Felipe d’Avila ao Palácio do Planalto.

No Rio Grande do Norte, depois que dois ministros de Bolsonaro desistiram de disputar o governo estadual — Rogério Marinho (PL) vai disputar o Senado e Fábio Faria (PP) ficará no cargo até o fim  do mandato — o espaço ficou relativamente vago. O principal nome tucano, Ezequiel Ferreira, deve fechar com Doria, apesar de costumar fazer elogios a Bolsonaro.

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