PT recompensará recuo de França em SP com apoio a Casagrande no ES
O governador capixaba quer apoio do petista, mas atendeu exigência do PP para não ter o partido na chapa eleitoral
atualizado
Compartilhar notícia
A esperada desistência de Márcio França (PSB) na disputa pelo governo de São Paulo, para ser o candidato ao Senado na chapa liderada pelo petista Fernando Haddad, deve colocar um fim à disputa entre PT e PSB, partidos que se coligaram no plano nacional para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem como vice o ex-governdor de São Paulo Geraldo Alckmin.
O PT, por sua vez, pretende recompensar o PSB rifando a candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Espírito Santo e entregando apoio de Lula ao atual governador, Renato Casagrande (PSB), que tentará sua reeleição.
Lideranças do PT capixaba já foram avisadas sobre a decisão de levar o apoio de Lula, mesmo sem lugar na chapa liderada por Casagrande.
Exigência bolsonarista
Isso porque o atual governador do estado decidiu atender uma exigência do PP, partido do atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PI), e que está na base da candidatura bolsonarista.
Membro do PP capixaba, o deputado Neucimar Fraga não faz segredo sobre a exigência. “Para dar apoio à Casagrande, nós exigimos que o PT não esteja na chapa e temos essa garantia do governador”.
Na terça-feira (5/7), antes de participar de uma reunião com a cúpula do PSB e do PT, Casagrande teria garantido a Neucimar o veto ao partido de Lula em sua chapa. A ideia é que o PP dispute a vaga ao Senado na chapa de Casagrande.
Aliados de Lula e Haddad esperam para o próximo sábado (9/7) o anúncio oficial da desistência de França em um ato político em Diadema, municipio do ABC paulista, com a presença de Lula, Haddad, França e Alckmin.
Presidente, governador e senador: veja quem são os pré-candidatos nas Eleições 2022
Teima gaúcha
As negociações entre PT e PSB nos estados ocorrem desde o ano passado, mas foram assumidas pela cúpula do partido no início de junho, quando Lula foi ao Rio Grande do Sul em um ambiente de disputa no campo da esquerda.
Rio em ebulição
Enquanto as cúpulas não anunciam os acordos estaduais, Lula chegou nesta quarta-feira (6/7) no Rio de Janeiro, em mais um cenário de desunião do campo da esquerda.
A disputa entre as candidaturas ao Senado de André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) ganhou novos contornos com a divulgação de um abaixo assinado, pedindo a desistência de Molon, em favor de André Ceciliano (PT), pré-candidato à vaga que já recebeu apoio público de Lula.
Lula participará na Cinelândia, centro do Rio, de um evento para lançar a pré-candidatura de Marcelo Freixo (PSB), ao governo. Molon, por sua vez, identifica “fogo amigo” de Freixo contra seu nome.
Na disputa pelo apoio de Lula, um novo ingrediente se somou ao cenário já em ebulição no Rio: Pré-candidato do PDT ao governo, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, aliado de Ciro Gomes, participou nesta segunda-feira (4/7) de ato de apoio à candidatura de Lula.
Caso Neves prossiga na montagem do palanque duplo, para Ciro e Lula, no estado, Freixo terá que dividir o apoio do petista em sua campanha. O ato no qual foi lançado o “manifesto popular Lula presidente – Rodrigo governador” contou com a presença do vice-presidente do PT, Washington Quaquá.
Pernambuco
Pernambuco foi o único estado onde PT e PSB conseguiram entrar em acordo, isso antes da desistência da federação por parte das duas legendas.
No caso pernambucano, o senador Humberto Costa (PT) abriu mão de se candidatar ao governo, e o PSB lançou o nome do deputado Danilo Cabral ao governo do estado. O PT ficou com a vaga de vice, com Teresa Leitão.