PT: conclusão sobre morte de tesoureiro reforça tese da federalização
A presidente nacional do partido apontou que polícia paranaense se recusou a periciar celular de acusado de matar Marcelo Arruda
atualizado
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Em nota divulgada nesta sexta-feira (15/7), após o anúncio da conclusão do inquérito sobre a morte do petista Marcelo Arruda, o PT do Paraná avaliou como “prematura” a versão apresentada pela polícia que indicou como motivador do assassinato uma briga comum sem motivações políticas.
Marcelo foi morto no sábado (9/7), quando o agente penitenciário Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário na qual o petista comemorava seus 50 anos.
A festa tinha como tema o PT e era decorada com motivos da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Guaranho, ao entrar na festa, teria gritado: “Aqui é Bolsonaro! Mito”, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem era apoiador.
Apesar disso, a policia do Paraná rejeitou a tese de violência política como motivador do crime, conforme entendimento divulgado na manhã desta sexta.
“Entendemos que as conclusões que constam no inquérito apresentado pela Polícia Civil e Secretaria de Segurança Pública, são prematuras, e que podem levar a interpretação de que o que teria ocorrido com Marcelo, seria fruto de uma briga comum sem motivações políticas, narrativa esta, contestada pelos fatos amplamente divulgados na imprensa, com imagens e depoimentos que provam a motivação política do crime”, informou o partido, por meio de nota.
“Causa-nos preocupação o fato de que os advogados de Marcelo, não tenham tido amplo acesso as diligências e investigações desenvolvidas pela Polícia Civil, conforme divulgado em nota pública pelos mesmos. Reiteramos que a participação dos advogados, dos envolvidos nas diligências, é fator indispensável ao bom cumprimento do direito penal, e das garantias legais que regem o estado de direito”, destaca nota do partido.
“Sem perícia”
Nesta sexta, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) também reagiu à versão apresentada pela delegada paranaense, Camila Cecconello de que “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”.
“É grande a nossa indgnação com as conclusões açodadas do inquérito da Polícia Civil do Paraná sobre o assassinato no companheiro Marcelo Arruda. As provas que a própria polícia recolheu mostram que o assassino foi até a festa de Marcelo de caso pensado, para agredir e ofender por motivações políticas. Mesmo assim, a delegada do caso quer concluir que foi por motivação pessoal, exatamente a versão que Bolsonaro e seu vice, Mourão, querem impor, que é contra a verdade dos fatos”, disse Gleisi, em vídeo divulgado nesta sexta.
“Federalização”
Gleisi ainda apontou que a delegada titular do caso se recusou a ouvir testemunhas apontadas pela família e a atender um pedido dos advogados dos parentes de Marcelo para a realização de uma perícia no celular de Jorge Guaranho.
“É importante lembrar que a delegadanegou o acesso dos advolgados da família de Marcelo à investigação. É uma obrigação da autoridade e um direito da defesa, previsto na Constituição e nos tratados internacional sobre Direitos Humanos que o Brasil assinou. a delegada se recusou a ouvir as testeminhas indicadas pela família e se recusou a fazer a perícia necessária e requisitada no celilar no agressoe e a tomar outras providênvias para elucidar a motivação do crime”, disse a presidente da legenda.
A conclusão anunciada pela polícia, para o PT e demais partidos que integram a frente da candidatura petista, reforça a necessidade de que o crime saia da competência das forças estaduais e passe a ser investigado na esfera federal.
“Ficou evidente que a polícia do Paraná não quer reconhecer que foi cometido um crime de ódio, com evidente motivação política, que tem que ser investigada na alçada da Justiça Federal, como requisitamos à PGR na última terça-feira””, destacou Gleisi.