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PSDB segue com divergências internas após carta de apoio a Doria

Aliado de Doria, senador diz que ex-governador deve agora buscar a “pacificação interna” e se mostrar “viável”

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O governador João Doria levanta o braço do presidente do PSDB, Bruno Araújo, durante o discurso em que confirmou a pré-candidatura à Presidência
1 de 1 O governador João Doria levanta o braço do presidente do PSDB, Bruno Araújo, durante o discurso em que confirmou a pré-candidatura à Presidência - Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

São Paulo – O presidenciável oficial do PSDB, João Doria, e seus aliados propagaram que a carta de apoio divulgada pelo presidente nacional dos tucanos, Bruno Araújo, era uma garantia de que a legenda não lhe descartaria da corrida ao Palácio do Planalto.

A garantia não durou nem 24 horas e o próprio Araújo já disse nesta sexta-feira (1º/4) que a candidatura de Doria depende de alianças com o União Brasil, o MDB e o Cidadania.

“Se a carta era o instrumento da estabilidade, ela o fez e aconteceu. Em política tem algo que vale mais do que papel e carta, são os fatos e acontecimentos”, afirmou Araújo, em resposta direta à comemoração de Doria no início da noite de quinta-feira (31/3).

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João Doria e Rodrigo Garcia
Bruno Araújo
João Doria e Bruno Araújo, presidente do PSDB, em ato de oficialização de inscrição nas prévias do partido
Eduardo Leite era governador do Rio Grande do Sul
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João Doria e Bruno Araújo, presidente do PSDB, em ato de oficialização de inscrição nas prévias do partido

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Eduardo Leite era governador do Rio Grande do Sul

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Araújo também defendeu a insistência do ex-governador Eduardo Leite de se lançar candidato pelo PSDB, mesmo depois de perder as prévias partidárias para Doria. O presidente nacional da legenda garantiu que Leite teve um comportamento “extremamente decente”.

“Doria é o pré-candidato do PSDB, mas ninguém vai poder coibir qualquer movimento de qualquer liderança política de qualquer partido”, alegou Araújo.

Depois de se lançar candidato tucano em evento com mais de 600 prefeitos no Palácio dos Bandeirantes, Doria comemorou sua jogada, de ameaçar abandonar a candidatura, chamada por ele de planejamento e “comportamento estratégico”, e afirmou que a carta de Araújo “não deixava nenhuma dúvida”.

“Houve um planejamento para que pudéssemos ter aquilo que conseguimos, o apoio explícito do PSDB a partir de seu presidente, Bruno Araújo. A carta que ele assinou hoje não deixa nenhuma dúvida nem agora nem depois. O PSDB elegeu, em processo democrático das prévias, um candidato. Não há questionamento, não há golpe possível”, afirmou Doria em menção à tentativa de seus opositores de lançar Leite como o presidenciável da sigla.

Pacificação interna

No ninho tucano, longe de tratar como certeza a candidatura de Doria, até aliados do ex-governador de São Paulo dizem que agora ele precisa fechar alianças internas e externas, para viabilizar sua disputa pela Presidência da República até as convenções partidárias, em julho.

“O candidato oficial do PSDB é o Doria. Cabe a ele buscar a pacificação interna e a articulação com partidos. Tem que mostrar que é um candidato viável”, afirmou ao Metrópoles o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que votou em Doria nas prévias partidárias.

Mesmo depois da carta de Araújo, Leite continuou suas articulações para se viabilizar como presidenciável do PSDB. Neste sábado (2/4), ele se reunirá com o ex-juiz Sergio Moro, recém-filiado ao União Brasil, para supostamente tratarem de uma candidatura única presidencial dos dois partidos.

Depois de deixar o Podemos, por onde pretendia disputar o Palácio do Planalto, Moro afirmou nessa sexta-feira (1º/4) que não desistiu da disputa presidencial e descartou concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Com o PSDB fraturado, o entorno de Doria garante que ele está tranquilo para crescer nas pesquisas eleitorais daqui para frente, e superar as pontuações em torno de 2% das preferências do eleitorado.

Um aliado próximo ao ex-governador de São Paulo, no entanto, trata o comportamento da turma anti-Doria como mera busca por compensações políticas e financeiras. “Na hora em que o João ganhar a presidência do partido, acabou a mamata. Esses caras estão com medo”, disse o aliado.

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