PSB age para conter rusgas com PT sobre encontro de Casagrande e Moro
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, cobrou explicações do governador capixaba que garantiu de que a conversa não significará apoio
atualizado
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O encontro marcado para o próximo sábado (12/2), em Vitória (ES), entre o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB, foto em destaque), e o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro bolsonarista Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República, tem causado desconforto entre os dirigentes do PT e PSB, partidos que articulam uma federação, junto com o PCdoB e o PV, em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reunião foi revelada pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Nesta quinta-feira (10/2), após a reunião entre partidos para discutir regras para a possível federação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, informou que precisou atuar para conter desconfianças levantadas pela cúpula petista.
Siqueira disse ter sido diretamente questionado pelo PT sobre o assunto. Ele disse ter recebido de Casagrande a garantia de que, apesar do encontro com Moro, estará no apoio a Lula, já decidido pela legenda.
“Eu tenho certeza disso e eu tenho um confiança muito grande no governador Casagrande de que ele vai seguir a orientação do partido”, disse Siqueira. “Ele me garantiu isso. O PT perguntou isso e eu respondi que. em conversa com ele, ele me deu essa garantia”, destacou.
Segundo Siqueira, Casagrande o informou que o encontro foi pedido por Moro e pelos deputados estaduais do Podemos, que integram a base de apoio do socialista no Espírito Santo. Além disso, Casagrande teria frisado na conversa que o encontro, que ocorrerá no Palácio Anchieta, não significará o apoio ao ex-juiz.
“O governador Casagrande me ligou e disse assim: ‘Presidente, o PSB no Espírito Santo tem uma base muito ampla. Eu vou apoiar o ex-presidente Lula, mas eu tenho que conviver com os meus aliados, porque eu preciso de apoio na Assembleia Legislativa”, relatou.
“Estamos esperando a conclusão, mas ele pode receber qualquer pessoa, que não significa dar apoio, muito menos um candidato do tipo do senhor Moro”, disse Siqueira.
Disputa interna
A notícia do encontro ocorre justamente no momento em que o PSB tenta ganhar terreno dentro da coordenação da futura federação.
Nesta quinta, Siqueira apresentou uma contraposta ao esboço da federação partidária com PT, PCdoB e PV apresentado há duas semanas. As reinvindicações fazem referência à composição da assembleia da federação, órgão que funcionará como a direção do bloco.
As regras propostas pelos socialistas foram listadas pela bancada do partido na Câmara e têm como objetivo quebrar a hegemonia do PT na direção do grupo partidário que poderá ser formado em torno da candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto neste ano, com a participação do PT, PSB, PCdoB e PV.