Propaganda de Bolsonaro diz que Lula pode não pagar aposentado
“Não pode correr risco do PT voltar e você perder o seu dinheiro”, diz trecho da propaganda de Bolsonaro
atualizado
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Em inserção desta quinta-feira (27/10), a campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) levantou dúvidas sobre a condução, em uma eventual vitória do adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Na fala, a jornalista que representa a campanha de Bolsonaro, Carla Cecato, diz: “Você que é aposentado, trabalhador e está contribuindo hoje para ter sua aposentadoria digna, não pode correr risco do PT voltar e você perder o seu dinheiro. É só com Bolsonaro que seu direito está garantido”, sugere, no trecho.
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Em seguida, Bolsonaro completa: “Quero me dirigir a você, idoso no Brasil, você que trabalhou tanto e agora merece um descanso. Está garantido pra você o teu salário. Vamos garantir uma valoração do salário mínimo. Em nosso governo, o respeito com o idoso”, diz o candidato.
O Metrópoles questionou a campanha do candidato petista sobre a citação, mas até a última atualização desta reportagem não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Desindexação
A fala na propaganda em relação a aposentados é uma ofensiva do governo Bolsonaro para tentar contornar as últimas falas do ministro da Economia, que propôs, no caso de um novo governo, a desindexar o salário mínimo e as aposentadorias da inflação.
Anualmente, tanto o salário mínimo quanto as aposentadorias são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma reportagem que o Ministério da Economia se preparava para apresentar um plano para justamente praticar a “desindexação” desses parâmetros.
De acordo coma publicação, seria uma espécie de novo “marco fiscal”, dentro de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Além disso, o texto seria uma espécie “de selo de permanência” de Paulo Guedes no cargo.
Porém, ao ser questionado, Guedes negou a desindexação em relação às aposentadorias e o salário mínimo. Também chamou a suposta medida de “fake news”, mas afirmou que há um plano em estudo. Ele explicou que 96% do Orçamento está “carimbado”, ou seja, são despesas obrigatórias. “A política é exatamente o oposto, é a decisão do uso dos recursos publicos”, disse.
“Privilégios” das aposentadorias
No fim do ano passado, em outra fala, o ministro considerou que o governo federal acabou com os “privilégios da Previdência Social”. A fala ocorreu durante participação dele no Fórum Invest in Brazil, em Dubai, nos Emirados Árabes.