Presa por tráfico internacional, doleira Nelma Kodama volta ao Brasil
A detida foi conduzida ao Aeroporto Internacional de Salvador, por volta das 22h30. A Polícia Federal não revelou o motivo da transferência
atualizado
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Presa em um hotel de luxo em Portugal, em abril deste ano, Nelma Kodama retornou ao Brasil na noite de quinta-feira (20/10). A empresária foi conduzida ao Aeroporto Internacional de Salvador, por volta das 22h30, segundo informação do seu advogado de defesa ao G1.
De acordo com o escritório Nelson Wilians Advogados (NWADV), que representa a acusada, Nelma desembarcou em Salvador por decisão de um juiz federal, mas o motivo não foi detalhado.
A empresária embarcou em Lisboa, Portugal, em um voo direto, rumo à capital baiana. Da Superintendência da Polícia Federal, em Salvador, Nelma deverá seguir para o Complexo da Mata Escura.
Delatora da Lava Jato, a mulher é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal contra o tráfico internacional de cocaína. Investigações apontam que ela atuava como doleira do narcotráfico.
Outro preso na ação é o ex-secretário de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso Nilton Borgatto (PSD). Borgatto chefiou a pasta estadual entre 2019 e março deste ano. Ele saiu do governo para se dedicar à campanha de deputado federal. O ex-secretário também foi prefeito de Glória D’Oeste, cidade a 309 km de Cuiabá, na fronteira com a Bolívia.
Quem é Nelma Kodama
Figura emblemática do escândalo Petrobras, que culminou na Operação Lava Jato, Nelma foi presa em 15 de março de 2014 tentando embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha.
A empresária foi condenada a 15 anos de prisão pelo então juiz federal Sergio Moro pela lavagem de R$ 221 milhões. Ela também enviou para o exterior outros U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares.
Nelma Kodama é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef. Em 2019, a investigada teve a pena decretada na Operação Lava Jato extinta. A decisão ocorreu graças ao indulto natalino concedido no fim de 2017 pelo ex-presidente Michel Temer.