Petistas criticam pacote de medidas de Bolsonaro: “Falsas bondades”
Bancadas do Senado e da Câmara se reuniram para discutir uma posição e não descartam hipótese de “crime eleitoral”
atualizado
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Em reunião nesta sexta-feira (24/6), senadores, deputados e o comando do PT, entre eles integrantes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, discutiram as medidas que o governo quer aprovar no Congresso com o objetivo de minimizar os efeitos do alto custo dos combustíveis para a população e para determinadas categorias que sentem diretamente os efeitos dos preços, como os caminhoneiros, por exemplo.
O partido entende as medidas como um “pacote de bondades falsas” do presidente Jair Bolsonaro (PL) e como uma manobra para tentar não perder ainda mais votos nas eleições de outubro.
“Isso é uma manobra de véspera de eleição. Uma bondade falsa do Bolsonaro. Se ele quisesse resolver essas questões, teria feito bem antes. Agora, a situação não se resolve da maneira que deveria, e ele vem com esses bombons para ganhar votos”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA), que participou da reunião pela manhã.
As medidas buscam ampliar em R$ 200 o valor do Auxílio Brasil e do Vale-Gás, além da criação de um voucher no valor de R$ 1 mil para os caminhoneiros.
“Crime eleitoral?”
Petistas evitaram se posicionar em relação ao mérito da proposta que o ex-líder do Governo no Senado Fernando Bezerra espera que entre em votação na próxima terça-feira (28/6), mas auxiliares do partido ainda avaliam se há como caracterizar “crime eleitoral” no texto do governo.
Um argumento usado pelo governo é de que as medidas têm caráter emergencial e, por isso, advogados do partido ainda avaliam se há espaço para contestação.
O partido deve lançar uma nota ainda nesta sexta sobre o assunto.
Toque de caixa
Enquanto o PT se reunia, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) disse que espera votar na próxima terça-feira (28/6) a PEC da qual é relator. Com a aprovação e sanção da proposta, os benefícios só seriam pagos a partir do fim de julho ou início de agosto.
A PEC é de autoria do atual líder do Governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ). O objetivo do governo com a proposta é mitigar os impactos da flutuação no preço dos combustíveis, que tem atrapalhado a imagem do presidente, que disputa a reeleição.
A votação, no entanto, depende de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pautar o assunto.
Inicialmente, a proposta foi criada com objetivo de ressarcir integralmente os estados e municípios que decidissem zerar as alíquotas dos combustíveis. No entanto, diante do temor de baixa adesão de governadores e prefeitos à medida, o governo buscou alterar o teor do projeto, objetivando a ampliação de programas sociais já existente, além da criação de novos benefícios.