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“Para fazer programa”: Janja resgata vídeo de Bolsonaro sobre meninas

Em trecho resgatado pela esposa de Lula, o presidente cita, explicitamente, que as adolescentes venezuelanas visitadas se prostituiam

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foto colorida d epresidente jair bolsonaro em entrevista ao podcast collab
1 de 1 foto colorida d epresidente jair bolsonaro em entrevista ao podcast collab - Foto: Reprodução/Redes

Mulher do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a socióloga Janja Silva divulgou no Twitter trecho de outra entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala sobre o episódio em que visitou meninas venezuelanas, em 2021. As declarações polêmicas voltaram à tona e repercutem nas redes desde o último sábado (15/10), quando o presidente falou que, na ocasião, “pintou um clima”.

Desta vez, ao podcast evangélico Collab, Bolsonaro cita, explicitamente, que as jovens, segundo ele de 14 ou 15 anos, arrumavam-se para se prostituir no dia da visita. A entrevista foi feita em 12 de setembro deste ano.

“Todas muito bem arrumadas, tinham tomado banho, estavam fazendo o cabelo. Venezuelanas. Estavam se arrumando para quê? Alguém tem ideia, quer que eu fale? Para fazer programa. Vocês acham que elas queriam fazer isso? Qual era a fonte de sobrevivência delas? Essa”, acusouo presidente.

Nas redes sociais, Janja descreve a fala como “inacreditável”. “Minha indignação só aumenta”, escreveu.

“Meninas bonitinhas”

A primeira declaração do presidente sobre o episódio das adolescentes venezuelanas que moravam em São Sebastião (DF) viralizou no último sábado.

O mandatário compareceu ao local em abril de 2021 e, em fala polêmica, diz ter “pintado um clima” quando passou em frente á casadas venezuelanas. Bolsonaro disse, ainda, que, na casa, as menores estavam “arrumadas para ganhar a vida”, insinuando prostituição infantil. “Meninas bonitinhas de 13 a 14 anos arrumadas no sábado, para quê? Para ganhar a vida”, disse o presidente.

Bolsonaro utilizou o caso para reforçar o temor propagado pela sua campanha à reeleição de que o Brasil pode “se tornar uma Venezuela”, caso Lula vença a eleição.

Organização nega prostituição

O Metrópoles esteve no local, na região administrativa de São Sebastião, e, segundos vizinhos, as menores e suas mães eram resguardadas e não tinham contato com a comunidade. As meninas citadas na entrevista, inclusive, não moram mais na casa visitada.

Paulo Henrique Moraes, representante da Cáritas, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que em Brasília tem ajudado refugiados venezuelanos, negou qualquer tipo de atividade de prostituição entre aqueles que a organização ajuda.

“Nós desconhecemos essa prática por aqui. Todos os venezuelanos que atendemos na parte da assistência e da garantia de direitos, todas elas são pessoas que buscam empreender, trabalhar”, destacou o representante.

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