No DF, 79,8% dos eleitores confiam na urna eletrônica, aponta pesquisa Metrópoles/Ideia
Tentativa de diminuir credibilidade das urnas tem pouco apelo na capital do país. O modelo eletrônico é usado no Brasil desde 1996
atualizado
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As dúvidas levantadas sobre a credibilidade das urnas eletrônicas têm pouco espaço entre os eleitores do Distrito Federal. Na capital da República, 79,8% das pessoas aptas a votar confiam no modelo adotado no Brasil desde 1996. Segundo pesquisa encomendada pelo Metrópoles e realizada pelo Instituto Ideia (Metrópoles/Ideia), 45,4% do eleitorado acreditam muito no formato eletrônico, e 34,4%, pouco.
Do total de entrevistados, apenas 17,3% não confiam nas urnas eletrônicas; e 2,9% não souberam o que responder quando questionadas sobre o modelo.
O levantamento exclusivo é o primeiro de uma série de sondagens encomendadas pelo Metrópoles ao Instituto Ideia. As pesquisas para aferir a preferência do eleitorado brasiliense serão divulgadas até a véspera do segundo turno.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.
Confiabilidade
Para o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves, o resultado da pesquisa comprova a confiabilidade no sistema eletrônico de votação, que vem sendo utilizado há décadas sem nenhuma interferência externa.
“Ninguém desconfia da urna propriamente. Há uma exploração política da questão, não há um apontamento de falha que possa preocupar. As pessoas podem até dizer: ‘Acho que talvez não funcione’, mas ninguém traz um dado específico, porque não existe”, afirma.
Na avaliação do ex-ministro, ainda que se tenha contestação e ataques, “a população confia no sistema, que funciona há décadas”, ressalta.
O doutor em ciências políticas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Arthur Leandro Alves da Silva considera expressiva a confiabilidade apresentada pela pesquisa, mas coloca uma preocupação.
“Pelos números, um em cada cinco eleitores não confia nas urnas. É preocupante, porque um dos ativos da democracia é a credibilidade. Não pode haver dúvidas do processo, porque isso ameaça a ideia de legitimidade do poder de quem o está exercendo a partir do voto popular”, ponderou o especialista.
Arthur Leandro frisa que a discussão sobre a confiabilidade das urnas não era um ponto de debate público há 10 anos.
Metodologia
A pesquisa quantitativa foi realizada com aplicação de questionário estruturado, por meio de inquérito telefônico, com plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado.
Os levantamentos estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-04114/2022 e DF-09593/2022.