Nas redes, bolsonaristas e petistas balançam entre receio e confiança
Veja como militantes bolsonaristas e lulistas lidaram em grupos de mensagens e redes sociais com o resultado do 1º turno
atualizado
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A ida da disputa presidencial para o 2º turno foi recebida com um misto de nervosismo e euforia pela militância dos finalistas nas redes sociais. Tanto do lado lulista quanto do bolsonarista, apoiadores estão ainda procurando um tom de discurso para mostrar confiança sem deixar de ser realista.
As discrepâncias entre as pesquisas eleitorais e resultado das urnas ajudaram a moldar os humores. Confiantes numa vitória em 1º turno, os eleitores do petista Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiram esconder a frustração com os 48,43% dos votos válidos, apesar de terem ficado mais de seis milhões de votos na frente dos adversários.
O esforço da campanha, neste dia seguinte, foi para convencer os militantes a não desanimar, com mensagens motivadoras nas redes e entrevistas de pessoas próximas a Lula.
Já os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) dividiram a alegria com a continuação da disputa com a ira contra os institutos de pesquisa e com alguma insistência na tese de fraude nas urnas.
Notícias falsas envolvendo um suposto apoio de Ciro Gomes (PDT), que acabou em quarto na disputa, também fazem parte do material que está circulando com mais força em grupos de aplicativos de mensagem e em perfis de redes sociais bolsonaristas.
São montagens de postagens em redes sociais além de áudios em que montagens, que o pedetista xingaria Lula e declararia apoio a Bolsonaro no 2º turno. O Projeto Comprova, grupo criado para combater a desinformação do qual o Metrópoles faz parte, já havia checado outra iniciativa de desinformação envolvendo esse suposto apoio e mostrado que trata-se de mentira. Ciro não apoio Bolsonaro ou Lula, apesar de os lulistas ainda manterem a esperança.
Veja exemplo do humor dos petistas no primeiro dia de campanha do 2º turno:
Apesar de se sentirem vítimas de má fé dos institutos de pesquisa e de insistirem na tese de fraude mesmo em um momento em que o presidente Bolsonaro deixou de falar no assunto, os militantes do candidato à reeleição admitem que a votação de Lula foi expressiva e que eles precisam fazer um esforço em busca de novos votos, além de evitarem a abstenção no 2º turno, marcado para o próximo dia 30 de outubro, um domingo.
Em mensagens nas redes sociais e em áudios e vídeos nos grupos de WhatsApp e Telegram, influenciadores aliados do candidato à reeleição estão insistindo para que quem já votou em Bolsonaro busque mais votos, cientes de que parte relevante do eleitorado de candidatos que chegaram atrás, como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) deve migrar para Lula.
Veja a movimentação em redes bolsonaristas após a confirmação da disputa em segundo turno contra Lula:
Campanhas se estudam
O nervosismo que transparece nas militâncias dos adversário na disputa pela presidência da República também está presente nas campanhas.
A votação acima da expectativa que Bolsonaro conseguiu, sobretudo nos estados do Sudeste, alertou o entorno de Lula para a força da campanha do adversário, que saiu das urnas maior do que as pesquisas indicavam. Os petistas sabem também que o clima da largada na campanha rival três semanas antes da votação é de mais otimismo, já que escaparam do que poderia ser uma derrota e estão confiantes.
Para tentar virar esse clima, os petistas vão apostar forte em aumentar uma campanha ao lado de aliados que já foram adversários, para dar à chapa Lula Alckmin mais cara de frente ampla. Os candidatos devem ainda viajar bastante pelo país e fazer campanha de rua, informou a presidente do PT, deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann.
Já a campanha de Bolsonaro deverá se concentrar principalmente em falar com o eleitorado mais pobre, que seguiu votando massivamente em Lula apesar dos esforços do governo na área social.
E a primeira novidade bolsonarista neste novo momento é uma promessa de 13º do Auxílio Brasil para as mulheres.
A rejeição do eleitorado feminino, afinal, é outro fantasma que preocupa a campanha de Bolsonaro, que recebeu, no dia seguinte à eleição, a deputada federal reeleita Bia Kicis (PL), a mais votada no DF, para começar a debater uma estratégia para ampliar o diálogo com as mulheres. A senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) também está escalada para a missão.