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Na última semana, PT busca voto útil em Lula e tenta evitar salto alto

Petistas entram na reta final da campanha acreditando em vitória no 1º turno, mas se preocupam com a voz de Lula

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Alckmin e Lula
1 de 1 Alckmin e Lula - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Em situação confortável nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, a chapa à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entra na última semana de campanha acreditando nas chances de vitória no 1º turno, mas com desafios. Entre eles está evitar que o otimismo se transforme em salto alto (e abstenção) e trabalhar as expectativas de modo que um resultado que leve a decisão para o 2º turno não seja encarado como uma derrota pela militância.

A rouquidão na voz do candidato a um terceiro mandato à frente do país também incomoda os petistas. Fontes ligadas à campanha contaram ao Metrópoles que a voz de Lula tem causado preocupação frequente entre aliados, que são constantemente cobrados em suas bases, com questionamentos sobre a saúde do ex-presidente. Há 10 anos, Lula teve câncer na laringe e se curou, mas sua voz jamais se recuperou totalmente.

Tendo em vista que o debate entre os presidenciáveis que a Rede Globo vai promover na próxima quinta (29/9) é visto pela campanha como o compromisso mais importante desta reta final, a ideia é que Lula faça menos aparições públicas e comícios nos três dias que antecedem o evento.

A agenda do petista nesta reta final não tem previsão, até o momento, de viagens para fora de São Paulo. A ideia é que Lula participe de esforços mais estratégicos em busca do voto útil a ser tirado de adversários como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) e em convencer eleitores que podem estar intimidados a não deixar de comparecer às urnas.

Um dos exemplos dessa estratégia adotada foram as considerações finais de Lula na entrevista concedida ao apresentador Ratinho, no SBT, na última quinta (22/9). O petista deixou de lado as promessas para se concentrar em pedir aos eleitores que votem.

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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro
A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos

Band/Reprodução
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula

Filipe Cardoso/ Metrópoles
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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Pouco antes do Natal, Lula e Alckmin tiveram o primeiro encontro

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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República

Michael Melo/Metrópoles
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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país

Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista

Igo Estrela/Metrópoles
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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Em 18 de março de 2022, Alckmin anunciou a filiação ao PSB, depois de 33 anos no PSDB

Divulgação/ Ricardo Stuckert
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Carlos Siqueira, Geraldo Alckmin, Lula e Gleisi Hoffmann

Fábio Vieira/Metrópoles

 

Análise das pesquisas

Apesar de Lula registrar uma leve tendência de alta nas últimas pesquisas, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece estagnado em segundo, a campanha do petista avalia que a migração de votos dos adversários ainda não ocorre. Para o partido, Lula está conseguindo buscar votos entre os indecisos e entre os que iriam votar nulo ou em branco.

Segundo os últimos levantamentos, o ex-presidente está perto de uma vitória no 1º turno, mas esse resultado não está garantido. Para aumentar as chances, os petistas vão seguir pregando contra a abstenção, com pedidos nas propagandas em rádio e TV, e vão buscar o voto útil, mas sem atacar os adversários que estão atrás, diante do temor de um efeito contrário entre os eleitores assediados.

Nesse sentido, os recentes apoios de artistas e de eleitores que até agora estavam com Ciro são vistos como muito importantes pelos aliados do petista.

Presidente, governador, deputado e senador: veja quem são os candidatos nas Eleições 2022.

Na última pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na quinta passada (22/9), Lula oscilou dois pontos para cima em relação ao levantamento anterior, e marcou 47% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro, que não variou.

Ciro oscilou de 8% para 7% e Tebet manteve 5%. Já Soraya Thronicke (União Brasil) oscilou para baixo, de 2% para 1%.

Já a pesquisa XP/Ipespe divulgada na sexta (23/9) mostrou Lula subindo três pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, acima da margem de erro, que é de dois pontos para cima ou para baixo. O petista apareceu com 46% das intenções de voto e Bolsonaro permaneceu com 35%. Ciro oscilou para baixo, de 9% para 7%, e Tebet de 5% para 4%.

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