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Na guerra tucana, FHC sai em defesa de Doria: “Agiu bem”

O ex-presidente defendeu que o partido respeite o resultado das prévias e siga com a candidatura do ex-governador ao Planalto

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FHC e João Doria
1 de 1 FHC e João Doria - Foto: Divulgação

Em meio à guerra interna do PSDB diante da candidatura de João Doria à Presidência da República, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, saiu em defesa do ex-govenador de São Paulo. Ele apontou que o resultado das prévias realizadas pela legenda no ano passado devem ser respeitadas.

FHC usou suas redes sociais para passar um recado ao partido, cuja direção vai se reunir na próxima terça-feira (17/5), em Brasília, para decidir os rumos da candidatura.

O ex-presidente apoiou a atitude de Doria, expressada em uma carta enviada à sigla, na qual o ex-governador considera uma “tentativa de golpe” o fato da legenda admitir uma composição com a senadora Simone Tebet (MDB), na qual ele não seja a cabeça de chapa.

No passado, o próprio ex-presidente foi acusado de minar a candidatura de Doria ao se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo (PE), organizou para a próxima terça-feira (17/5) uma reunião da comissão executiva da legenda com o objetivo de definir o destino da candidatura.

O encontro ocorre depois de uma carta aberta do ex-governador, endereçada à direção da legenda, na qual ele acusa os correligionários de dar um “golpe”, não respeitando o resultado das eleições prévias ocorridas no ano passado, que o definiram como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.

Duelo de versões

O que se espera da reunião é um duelo de versões. De um lado, parte dos tucanos quer lembrar a Doria que ele também fez parte do acordo com a chamada terceira via. Do outro, Doria defende que o resultado das prévias deve ser cumprido e ameaça entrar na Justiça caso o partido não encabece seu nome.

O plano combinado, segundo parte da diretoria, era que o pré-candidato que encabeçará a chapa do chamado “centro democrático” será aquele que demonstrar melhor desempenho até o dia 18 de maio, quando o grupo pretende definir a chapa.

Entre os pretendentes à vaga do grupo, além de Doria, resta Simone Tebet (MDB), já que Luciano Bivar (União Brasil) decidiu sair e se lançar ao Planalto.

Rejeição

Integrantes do PSDB ouvidos pelo Metrópoles disseram que a carta de Doria ocorre em um contexto no qual ele teria percebido seu baixo desempenho nas pesquisas de opinião.

Além disso, não só a baixíssima intenção de voto verificada até o momento preocupa os tucanos. Algumas pesquisas já o apontam como depositário de maior rejeição entre todos os pré-candidatos.

Um tucano avaliou que ele não teria condições de um crescimento meteórico como esperam seus defensores. O sentimento é de que ele puxa sozinho toda rejeição dos eleitores antipetistas e antibolsonaristas.

Na carta, Doria chamou de “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via à Presidência. Para os tucanos, ele próprio participou do acordo e hoje estaria, então, rompendo com o que foi combinado ao exigir que o partido todo defenda seu nome ao Planalto.

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João Doria
João Doria e Aldo Demarchi
Presidente do PSDB, Bruno Araújo, durante evento em que João Doria anunciou que renunciaria ao governo de São Paulo para disputar o Planalto
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Governador de São Paulo, João Doria, fala sobre as medidas contra Covid-19 no estado
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Governador de São Paulo, João Doria, e deputados estaduais Arthur do Val (Mamãe Falei) e Kim Kataguiri

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“Desculpas estapafurdias”

A reunião da executiva servirá para definir se esse acordo será realmente preservado. Doria, por sua vez, já informou que se seu nome não figurar como cabeça de chapa, ele judicializará a situação.

Ele lembrou na carta que, mesmo antes das prévias, existia uma “movimentação de parte da cúpula” do PSDB contra ele e que, depois do processo interno, “tentativas de golpe continuaram acontecendo”.

“Qual foi a nossa surpresa ao saber que, apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo. As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito”, escreveu o tucano.

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