Multidão comemora vitória de Lula na Avenida Paulista: “Lula voltou”
Grupo de apoiadores de Lula tomou a principal avenida de São Paulo para comemorar a vitória do novo presidente eleito
atualizado
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Uma multidão se juntou na Avenida Paulista, em São Paulo, para comemorar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (30/10).
O grupo estendeu uma enorme bandeira do Brasil em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp), enquanto gritava “Ôôó, Lula voltou” e ofensas a Jair Bolsonaro (PL). No local, muitos fogos, bandeiras e sinalizadores vermelhos.
O novo mandatário venceu Bolsonaro. A vitória foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 19h57, com 98,81% das urnas apuradas, quando o petista tinha 50,83% dos votos válidos (59.563.912), e Bolsonaro, 49,17% (57.627.462).
O presidente eleito subiu em um carro elétrico por volta de 23h ao lado de Fernando Haddad (PT), candidato derrotado nas eleições para o governo paulista, e Geraldo Alckmin (PSDB), vice na chapa de Lula. A emedebista Simone Tebet, que ficou em terceiro no primeiro turno e foi voz de apoio na segunda fase de campanha, também estava presente. A futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, não saiu do lado do marido durante todo o evento.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o deputado André Janones (Avante) foram ovacionados pelo público presente.
A primeira a discursar foi Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores. A deputada agradeceu ao apoio de políticos e dos eleitores. Depois, Haddad pegou o microfone e declarou que “ninguém soltou sua mão” sobre Lula nos últimos quatro anos.
Vitória
Para vencer a disputa, a campanha de Lula vendeu seu nome como vacina contra suposta ameaça à democracia: a permanência no poder do presidente Bolsonaro. O titular do Planalto, por sua vez, “ajudou” na tática petista, ao questionar, durante todo o seu mandato, a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, mesmo sem apresentar provas.
O último ataque bolsonarista contra o pleito foi cogitar o adiamento do segundo turno devido à denúncia de que rádios teriam boicotado a campanha do presidente, que segue no cargo até o fim de dezembro.
Lula conseguiu se colocar na disputa como candidato de uma frente ampla, ao reunir em sua campanha antigos adversários – como seu próprio vice, o ex-tucano Geraldo Alckmin (hoje no PSB), contra quem concorreu em 2006.
Ao longo da corrida eleitoral, o petista angariou o apoio de diversos nomes, como André Janones, que desistiu de concorrer ao cargo para apoiar o ex-presidente; o economista Henrique Meirelles, que criou o teto de gastos, tão criticado pelo próprio Lula; a ex-senadora Marina Silva, que havia rompido com o PT anos antes; os economistas do Plano Real; e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do inquérito do Mensalão.
O apoio de músicos, atores e influenciadores também foi essencial para a trajetória do presidente eleito. Inúmeros famosos nacionais e internacionais participaram de eventos da campanha de Lula e declararam o voto no petista, como Caetano Veloso, Felipe Neto, Valesca Popozuda e até o ator Mark Huffalo, que interpreta o Hulk.