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“Moro passou a achar que era o dono do ministério”, diz Bolsonaro

Presidente voltou a criticar o ex-ministro e potencial adversário nas eleições presidenciais deste ano

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Jair Bolsonaro e Sergio Moro
1 de 1 Jair Bolsonaro e Sergio Moro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a alfinetar o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos), potencial adversário na eleição presidencial deste ano. O mandatário brasileiro afirmou que o ex-ministro achava que “era o dono do Ministério” e voltou a dizer que o ex-auxiliar tentou barganhar a troca do então diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, por uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro disse que acreditava que a “PF podia agir melhor” do que estava sob a gestão Moro e reforçou que a indicação é do presidente, mas Moro não aceitava.

“A questão da Polícia Federal eu achava que tinha que ser dessa maneira. Outras questões foram aparecendo ao longo do meio do caminho e ele não admitia isso daí, era tudo dele. No início do governo, ele colocou lá num conselho uma senhorita de nome Ilona Szabó, que quando eu vi eu falei: Essa senhora aqui não tem nada com o que a gente defende, as posições dela são bastante progressistas. Não interessa se essa pessoa não assumir. ‘Ah, a gente precisa, para ter um contraponto’. Falei: Moro, contraponto já tem a imprensa. Não tem que colocar gente lá para dar pancada em você, para pegar o que acontece lá e jogar na imprensa. Levei três dias para demitir essa mulher. Ele passou a achar que era o dono do ministério”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan gravada na semana passada e exibida nesta segunda-feira (10/1).

Em março de 2019, Szabó foi convidada pelo então ministro Sergio Moro para integrar, como suplente, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O nome dela foi vetado por Bolsonaro por posições divergentes do governo com relação a temas como armamento e políticas de drogas.

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
 Desde então, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas em corrida presidencial
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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“Inclusive, na véspera da demissão, quando ele [Moro] esteve comigo, ele disse que aceitava mandar embora o diretor-geral [da PF] só em setembro, quando eu o indicasse ao Supremo. Que petulância. Eu confesso que acreditei desde o começo, como muitos acreditaram. Ele foi do meu governo para fazer trabalho sério, para se blindar ou para se preparar para ser candidato a presidente da República. Tem três alternativas. Não deu certo. Tirei ele fora”, acrescentou.

Após o episódio envolvendo a troca do diretor-geral da PF, Moro deixou o governo, em abril de 2020, e acusou o presidente de interferência política na corporação.

De símbolo de coragem a idiota: a trajetória de Sergio Moro segundo Bolsonaro

Bolsonaro comentou um discurso de Moro na última semana e destacou que o ex-ministro e agora possível adversário eleitoral só falou “o óbvio”. O chefe do Executivo federal ainda cobrou a abordagem de outros temas, além de corrupção.

“Ele, candidato, se o povo acreditar nele, não compete a mim. Vi ele discursando para grupo seleto em lugar fechado. E o que ele fala ali é o óbvio. Eu não vi ele falar sobre armamento, ideologia de gênero, aborto, livre mercado, respeito à Constituição, possíveis críticas a um ou outro ministro do Supremo, do TCU [Tribunal de Contas da União] ou do STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Nada aparece ali. ‘Nós temos que combater milicianos, não sei o que…’ Só corrupção. Quem tirou o Lula da cadeia não fui eu, foi o STF”, disse.

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