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Moraes pede que PRF explique operações no Nordeste; veja vídeos

Circulam, nas redes sociais, muitas denúncias de que policiais estariam tentando atrapalhar a votação. Moraes proibiu tais operações

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
família bolsonaro Agentes da PRF fazendo Blitz em rodovias
1 de 1 família bolsonaro Agentes da PRF fazendo Blitz em rodovias - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após pipocarem denúncias de eleitores de que operações e blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão dificultando o deslocamento de eleitores, sobretudo no Nordeste, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, cobrou explicações da entidade neste domingo (30/10).

Moraes determinou que o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, seja oficiado “com urgência” a “informar imediatamente sobre as razões pelas quais [estão sendo] realizadas operações policiais”. De acordo com a Folha de S. Paulo, a corporação realizou 514 ações de fiscalização contra ônibus até o início da tarde.

Há denúncias nas cidades de Cuité (PB), Jacobina (BA), Ubaitaba (BA), Simões Filho (BA), Zé Doca (MA), Caxias (MA), Serra Talhada (PE), Salgueiro (PE), Garanhuns (PE), Apodi (RN), João Câmara (RN), Campo Redondo (RN), Campo Grande (RN), Paraú (RN) e Ceará-Mirim (RN). Eleitores de Sergipe e Pará também denunciam operações da PRF.

Atendendo a pedido do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), o ministro Alexandre de Moraes já havia proibido que a PRF e a Polícia Federal (PF) fizessem operações envolvendo transporte público de eleitores neste domingo. Caso a decisão não seja obedecida, pode haver responsabilização criminal dos diretores-gerais das corporações.

Denúncias

Por meio de vídeos, divulgados nas redes sociais, pessoas denunciam mobilização da PRF que pode dificultar o voto neste domingo. Entre eles, o prefeito de Cuité (PB), Charles Camaraense (Cidadania). De acordo com ele, agentes da corporação estão na entrada da cidade para impedir que a população vote.

Veja vídeos com as denúncias:

Bloqueio de ônibus

Outra denúncia indica que a PRF parou vários ônibus que transportam eleitores, em Garanhuns, em Pernambuco. “O pessoal está impedido, pelo menos por enquanto, de seguir para votação e escolher o presidente. Tentativa de atrasar para que o pessoal não chegue no local de votação”, disse o autor do vídeo.

 

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Além dessa denúncia, eleitores afirmaram que um ônibus do transporte coletivo foi barrado em uma operação no Pará. Os passageiros filmaram a ação. De acordo com a polícia, o coletivo tinha irregularidades, mas não informou quais.

A ação aconteceu com um ônibus que faz a linha Belém/Mosqueiro no km 21 da BR-316, em trecho de Benevides, na região metropolitana de Belém.

Um micro-ônibus que levava passageiros de Propriá para Aracaju também foi parado neste domingo (30).

“O policial subiu e perguntou se os passageiros estavam de cinto, depois ele pediu para ver o extintor. Em seguida, chamou o motorista e o cobrador e verificou alguns documentos. Depois, o motorista foi multado porque estava com o toxicológico vencido e liberado em seguida”, disse um eleitor.

A PRF ainda não se manifestou sobre as denúncias. Disse somente que está tomando ciência dos acontecimentos e não se pronunciará por enquanto.

Operações proibidas por Moraes

Mais cedo, a coligação Brasil da Esperança, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma manifestação ao tribunal afirmando que teve conhecimento de operações conduzidas pela PRF – “principalmente na região Nordeste” – para supostamente impedir a circulação de veículos com eleitores do petista. “Ao que tudo indica, trata-se de uma ação dolosa e direcionada a beneficiar a candidatura do atual presidente da República”, disse a campanha de Lula.

Durante o sábado (29/10), o próprio Moraes pediu à PF e à PRF detalhes sobre as ações de combate a crimes eleitorais. E o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que o ministro da Justiça, Anderson Torres, preste esclarecimento sobre o uso das corporações em operações relacionadas às eleições às vésperas do segundo turno.

O objetivo de ambos é evitar que a locomoção de eleitores até as urnas, em transporte público, pago ou não, seja impedida. Assim, seria dificultado o uso político para beneficiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de Jair Bolsonaro (PL).

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